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Presos não querem usar tornozeleira


08 de maio de 2013 - 12:36
Tornozeleiras? Nah, melhor o semi aberto.

Tornozeleiras? Nah, melhor o semi aberto.

Só 30 presos na região metropolitana de Porto Alegre aceitaram o uso de tornozeleiras eletrônicas como uma alternativa ao regime de prisão semiaberto, no qual os condenados devem se apresentar para dormir na prisão.

O motivo, revela matéria da Zero Hora dessa quarta-feira, 08, é bem simples: como o semiaberto na prática não oferece controle algum, é mais negócio permanecer “preso” nesse sistema do que “livre” na rua tendo os passos monitorados por GPS.

Com a negativa dos presos em fazer um mal negócio para eles próprios, fica comprometida a meta do governo gaúcho de implantar 400 apenados a partir da semana que vem, assim como o objetivo de mil até o final do ano.

Uma das alternativas estudadas pela Susepe seria condicionar o uso das tornozeleiras ao direito de sair para trabalhar.

A medida não parece ter muita garantia de sucesso. Em janeiro, uma reportagem da Zero Hora mostrou que presos do Instituto Penal de Viamão, tida como a instituição de semi aberto mais descontrolada do Rio Grande do Sul praticavam sua própria ideia de trabalho.

Apenados saíam e entravam do local por buracos na cerca para praticar assaltos. Os mesmos buracos estavam a disposição de clientes para o tráfico de drogas e prostitutas interessadas em entrar no local.

Em 2012, foram registradas 3,3 mil fugas em 16 casas de regime semi aberto.

A adoção das tornozeleiras eletrônicas é uma debate que se prolonga há 10 anos.

Um dos opositores da novidade é o Ministério Público, para quem o uso de a manobra configuraria a concessão de prisão domiciliar para presos do semiaberto, benefício que só existe para casos especiais de presos do regime aberto (doentes ou idosos, por exemplo).