
Alvaro Toubes Prata, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), vai assumir a Secretaria Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O novo secretário atua há 33 anos como professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, instituição onde também foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação de 2000 a 2004.
Prata ocupa o lugar de Ronaldo Mota.
As datas da nomeação e da posse, em Brasília, ainda não estão confirmadas. Em nota, a federal catarinense não esclarece se Prata deve deixar a reitoria para assumir o cargo.
Segundo informações do portal TI-SC, no ano passado, Prata chegou a ser convidado para assumir o Secretaria de Educação Superior do MEC (Sesu), do Ministério da Educação.
Com trânsito fácil em Brasília, o reitor tem atuado em comissões e junto a órgãos como Capes eCNPq. Também é membro da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
"Atribuo o convite do ministro à experiência que acumulei como professor, pesquisador, pró-reitor e reitor da UFSC. Também pesam a favor da UFSC as relações que a instituição mantém com as empresas e a população catarinense”, aponta Prata.
O reitor da UFSC destaca que o modelo de parcerias da UFSC com incubadoras, empresas e a sociedade, já havia sido elogiado pelo ministro anterior de C&T, Aloízio Mercadante, que apontou Florianópolis como “a cidade do futuro”.
O cara para ressuscitar o Prime?
Talvez pela experiência como reitor universitário em um ambiente de colaboração entre incubadoras e empresas, Prata seja o homem certo para ressuscitar o Prime, primeiro programa de financiamento a fundo perdido para pequenas empresas inovadoras da Finep.
Operado através de incubadoras de tecnologia parceiras como a Raiar da PUC-RS no Rio Grande do Sul, o programa foi lançado em 2009 prometendo investimentos de R$ 1,4 bilhão, valor suficiente para beneficiar 11 mil empresas.
Uma primeira edição chegou a acontecer na qual foram concedidos R$ 165,6 milhões, 27% abaixo da meta estabelecida.
Participaram 4581 empresas com faturamento anual de até R$ 10,4 milhões, das quais só 1380 conseguiram cumprir os requisitos e apresentar uma ideias que pudessem ser consideradas inovadoras pela Finep e receber os R$ 120 mil.
A última comunicação da Finep sobre o tema falava em dezembro de 2010 como prazo para abertura de um segundo edital.
O programa parece morto e enterrado, mas durante participação em evento em Porto Alegre em outubro de 2011 o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota, se negou a jogar a pá de cal.
“Os grandes programas de incentivo à inovação em países desenvolvidos funcionam de forma descentralizada. Foi uma primeira experiência positiva mas que precisa ser reformulada para uma segunda edição”, afirmou na ocasião Mota, cujo ministério é um dos controladores da Finep.
Com Mota fora do ministério, agora é aguardar para ver como Prata vai se posicionar sobre o tema.