EXTORSÃO

Rondônia sofre ataques a provedoras de internet

Facções estão pedindo uma taxa de 50% do faturamento, fazendo ameaças e cumprindo.

08 de outubro de 2025 - 11:05
Foto: Depositphotos

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O estado de Rondônia está passando por uma série de ataques cometidos por facções criminosas contra empresas de telecomunicações e provedores de internet.

Até o momento, cinco provedoras que não tiveram os nomes revelados foram afetadas. Os crimes vêm ocorrendo em diversas cidades onde as empresas possuem lojas e onde ficam instalados os links e equipamentos, como, por exemplo, os municípios de Cabixi, Cerejeiras e Colorado.

Os criminosos chegam de madrugada aos estabelecimentos, arrombam as portas de entrada, espalham gasolina ou algum líquido inflamável e ateiam fogo.

Dirigentes de algumas empresas que não quiseram se identificar contaram, em entrevista ao site Teletime, que as facções ligam pedindo uma taxa de 50% do faturamento e fazendo ameaças caso o pagamento não seja feito.

Segundo um dos dirigentes, os criminosos possuem um dossiê completo com informações sobre onde eles moram, onde fica cada link e os equipamentos.

Quase sempre os crimes são praticados por menores recrutados por essas facções, que, quando presos, ficam poucos dias detidos e são liberados na sequência.

Como forma de chamar atenção, as empresas pensam em paralisar as operações durante 48 horas para forçar um plano de ação efetivo.

Rondônia possui cerca de 150 provedores de internet (ISPs), mas não há informações se todas estão sendo alvos de extorsão. Ataques como esses vêm ocorrendo em diversos estados, como Mato Grosso, Acre e Amazonas.

Diversos casos foram repassados às polícias Militar, Civil e Federal e às autoridades políticas locais, mas, segundo as empresas, sem resolução.

A Anatel foi acionada e se colocou à disposição para ajudar, mas, segundo a agência, esses casos precisam ser tratados pelas polícias.

Em março deste ano, veio a público que Fortaleza passa por uma situação parecida. O Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do país, passou a controlar o serviço de internet em alguns bairros da capital cearense.

Utilizando o mesmo método adotado no Rio de Janeiro, principalmente nas regiões da zona Norte e Leste fluminense, a facção impede que operadoras prestem seus serviços em determinadas áreas, cortando os cabos de fibra óptica de empresas como a Brisanet.