
A Rússia quer se livrar da espionagem americana. Foto: flickr.com/nomadic_lass
O governo russo decidiu deixar de lado a utilização de chips fabricados por empresas americanas, como Intel e AMD. Agora, a Rússia vai investir em componentes nacionais.
A companhia Baikal Electronics será a empresa responsável por fabricar os chips de PCs e servidores do governo. A empresa é sediada em Moscou e atua no ramo de supercomputadores.
As primeiras produções da companhia utilizarão arquitetura ARM Cortex A-57 com processamento de 2GHz e 28nm. A previsão para as primeiras levas é para meados de 2015.
De acordo com documentos oficiais, órgão governamentais russos e empresas estatais compram 700 mil PCs e 300 mil servidores por ano. Os valores ultrapassam a faixa dos US$ 500 milhões e US$ 300 milhões, respectivamente.
Até o fim desse contrato, o governo russo terá gasto aproximadamente US$ 3,5 bilhões para livrar seu dispositivos dos fabricantes americanos.
Alguns especialistas têm visto a ação como uma medida para combater a espionagem americana, que fora relatada por Edward Snowden em junho de 2013.
Assim, se essa for a real intenção do governo russo, o país estará fazendo como a China, em um pushback que fomenta os fabricantes locais e, ao mesmo tempo, intensifica a segurança estatal.
A Intel é líder no mercado de processadores GPU, com 63,4% de participação no mercado, segundo levantamento respectivo ao ano de 2013. A AMD e Nvidia seguem em segundo e terceiro lugar, com 19,7% e 16,9%, respectivamente.
A Intel teve faturamento de US$ 43 bilhões em 2013, investindo US$ 10 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. A fabricação de microprocessadores da categoria 28nm é realizada nas fábricas localizadas nos Estados Unidos e em Israel.
A AMD conta com um faturamento de US$ 6 bilhões, sendo que US$ 1,2 bilhões vai para o setor de pesquisas.
Apesar da fabricante Baikal passar a ser responsável pela monopolização da produção dos chips governamentais, os especialistas acreditam que a ação não afetará diretamente o mercado americano.