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SAP turbina produto de dados

Acordo com startups quentes promete tornar análise de dados mais fácil para clientes da gigante.

09 de março de 2023 - 07:04
SAP quer facilitar análise de dados.

SAP quer facilitar análise de dados.

A SAP decidiu turbinar seu produto de data warehouse, o Business Warehouse, abrindo as portas para uma série de startups em alta no campo de análise de dados que devem facilitar a integração entre informações oriundas dos sistemas da SAP e de outras fabricantes.

Com o novo SAP Datasphere, a promessa é uma “experiência unificada” para tarefas típicas dos profissionais que trabalham com análise de dados, como integrar, catalogar, fazer modelagem semântica e uma série de outras atividades com nomes progressivamente mais esotéricos.

O grande problema é fazer isso acontecer também com a informação oriunda de sistemas e bancos de dados que não são da SAP, como as do sistema de gestão de clientes Salesforce, ou do de gestão de workflows ServiceNow, para ficar em dois exemplos citados diretamente pela empresa. 

A questão, para usar uma linguagem simples, é fazer tudo encaixar harmonicamente num lugar só, sem criar um saco de gatos cujos custos causados pela complexidade de gestão são superiores aos benefícios potenciais para o cliente.

É aí que entram os acordos assinados com Collibra, Confluent, Databricks e DataRobot, quatro empresas relativamente recentes, com cerca de 10 anos de mercado (a SAP acaba de fechar 50).

Elas são especialistas em diferentes aspectos da tarefa de analisar e integrar dados de diferentes fontes, um campo que está em alta e no qual o dinheiro dos investidores está voando (uma das empresas já está na Nasdaq e todas já tem status de unicórnio).

A Collibra, talvez a menos conhecida, é focada no aspecto de governança de dados; a Confluence é especializada em análise de dados em tempo real; a DataRobot foca em machine learning e a Databricks, é especialista em repositórios para grandes volumes de dados, o que se chama agora no jargão de “datalakes”.

A Databricks foi fundada pelos criadores do Apache Spark, um padrão open source para integração de dados, e deve ter um papel central no novo approach da SAP.

A movimentação da SAP não acontece num vácuo. Nos últimos tempos, players como o Google Cloud, Snowflake e Cloudera vêm apoiando a criação de formatos open source para facilitar a circulação de informações entre diferentes sistemas.

A diferença é que para a SAP isso é um tema de sobrevivência futura. A gigante de software empresarial alemã construiu uma reputação por ser melhor do que ninguém em organizar processos e entregar dados operacionais confiáveis para as empresas.

Na última década, a SAP vem investindo em migrar os seus clientes para o S/4, uma nova versão do seu ERP rodando em um banco de dados em memória, o Hana, cuja atratividade é justamente ter maior capacidade de processamento de dados do que o approach anterior.

A questão é que essa nova proposição de valor perde um pouco do charme se ficar restrita apenas aos sistemas da SAP, que, independentemente da extensão do seu portfólio, nunca vai ser o único fornecedor de tecnologia em grandes empresas.