PRIVACIDADE

Snowden apóia tratado sobre direito digital

25 de setembro de 2015 - 15:44
Edward Snowden apoia campanha que prevê um acordo internacional sobre os direitos de privacidade digital.

Edward Snowden apoia campanha que prevê um acordo internacional sobre os direitos de privacidade digital.

Edward Snowden, ex-agente da agência de segurança dos Estados Unidos (NSA), manifestou seu apoio a uma campanha que prevê um acordo internacional sobre os direitos de privacidade digital.

"Este é um problema global que afeta a todos nós. Temos de apresentar propostas para revindicar quais são nossos direitos, tanto tradicionalmente como na área digital".

Batizada informalmente de “Tratado Snowden”, a campanha foi criada pelo ativista de direitos humanos brasileiro David Miranda, parceiro do jornalista Glenn Greenwald, que ajudou Snowden a publicar muitas de suas revelações a respeito da espionagem feita pela NSA.

Segundo Miranda, a ideia da campanha já existe há dois anos, desde que autoridade britânicas o interrogaram por nove horas, utilizando leis anti-terrorismo do Reino Unido para detê-lo, segundo o CNET.

"Isso me incentivou a lutar contra o sistema, que está tão corrompido", afirma Miranda.

A promopsta teria de ser ratificada pelas Nações Unidas. Os defensores acreditam que o trabalho de encontrar apoiadores do público e das nações que fazem parte da organização levará anos. Miranda disse que há diálogos com os governos sobre a proposta, mas não revelou quais os países.

Para Greenwald, o tratado seria uma forma vital de proteger os direitos dos denunciantes. Ele observou como Snowden, após o vazamento de milhões de documentos da NSA em 2013, encontrou-se numa situação em que, se não encontrasse proteção em outro país, enfrentaria uma potencial longa sentença de prisão.

"Eu acho que a parte crítica desse tratado é dizer que delatores têm direito a proteção a nível internacional. Eles não deveriam ter que confiar em algum tipo de tentativa desesperada no último minuto para evitar ir para a prisão por 40 anos”, completa Greenwald.

A campanha é parte de um esforço internacional liderado por grupos de defesa como Avaaz e da Fundação Electronic Frontier com foco em direitos humanos na era digital.