Softplan compra mais duas

A Softplan comprou a Justto, que possui uma plataforma digital de mediação e acordos, e a eCustos, especializada na elaboração de orçamentos para a área da construção civil.

Não foi revelado o valor das aquisições.

Os mercados alvos são os tradicionais da Softplan, que só neste ano já adquiriu quatro empresas, duas na área jurídica e duas na indústria da construção.  

Dinheiro em caixa a Softplan tem: ainda em outubro, a empresa emitiu R$ 130 milhões em debêntures para financiar seu crescimento. 

“Nosso objetivo é ser o maior ecossistema de soluções MultiSaaS do país”, afirma o CEO da Softplan, Eduardo Smith.

A Justto, sediada em São Paulo, foi fundada em 2012, e já negociou cerca de R$ 1,2 bilhão apenas pela plataforma de mediação de conflitos.

A solução é vista como complementar ao portfólio da Projuris, uma companhia de Joinville que oferece soluções voltadas para departamentos jurídicos e escritórios de advocacia, adquirida em janeiro.

A Projuris é uma empresa importante no seu nicho, com 350 funcionários e um faturamento de R$ 50 milhões em 2021, uma alta de 35% frente ao ano anterior. 

Já a eCustos, empresa especializada em orçamentos de obras que já atendeu mais de 700 clientes e conta com uma comunidade com mais de 50 mil engenheiros de custos é complementar ao produto Sienge da Softplan.

Ao todo, a Softplan já gastou R$ 200 milhões em seis aquisições feitas nos últimos três anos.

As compras seguem uma estratégia de diversificar as fontes de receita da Softplan, o que o CEO chama de “ecossistema de soluções MultiSaaS”.

Fundada em 1990 em Florianópolis, a Softplan tem 2,5 mil funcionários. O seu carro chefe é o SAJ Tribunais, uma solução com 100 mil usuários que gerencia mais de metade dos processos da Justiça estadual, atendendo órgãos como o Tribunal de Justiça de São Paulo.

Hoje, o setor público representa 60% do faturamento da empresa, chegando a 10 mil clientes.

Em nota, a Softplan destaca o crescimento das áreas de negócio nos 10 primeiros meses do ano, na casa de 89% (a empresa não chega a revelar quanto cresceu a área tradicional, mas é provável que seja muito menos do que isso).

De acordo com Smith, a expectativa é de que as altas taxas de crescimento e expansão das aquisições favoreçam o faturamento em 2024, estimado em R$ 1 bilhão.

Para 2022, a projeção é de uma receita de R$ 582 milhões, impulsionada pela plataforma MultiSaaS, e, para o ano que vem, a previsão é atingir mais de R$ 700 milhões.

Smith, contratado para a posição de CEO no ano passado, é ele mesmo parte das mudanças em curso na Softplan.

O executivo é fundador da 42K Investimentos, focada em investimentos anjo e mentoria de startups, além de ser board member da BizCapital, fintech especializada em empréstimos para micro e pequenas empresas.

Antes de focar nos investimentos em startups, Smith atuou por mais de 11 anos no Grupo RBS, onde passou por cargos como vice-presidente da empresa em Santa Catarina e VP de jornais, rádio e digital.