
José Antônio Antonini.
A Softsul acaba de lançar o Programa Transações Corporativas, uma iniciativa que visa apoiar com consultoria empresas gaúchas de pequeno e médio porte interessadas em crescer por meio de processos de fusão e aquisição.
A entidade pretende apoiar as companhias por meio de uma uma metodologia específica que permite acelerar a fase preliminar, na qual se faz a valoração das empresas, assim como os estágios seguintes, na qual se estrutura a governança das novas organizações.
“Hoje em dia dá para contar nos dedos da mão as empresas gaúchas que são realmente grandes. É um problema, porque sem porte, fica difícil investir em novas tecnologias, participação em feiras, reter talentos”, avalia o diretor-presidente da Softsul, José Antônio Antonini.
O alvo são empresas com faturamento na faixa dos R$ 5 milhões e contabilidade bem estruturada.
Não existe um levantamento oficial sobre a quantidade de empresas com esse perfil, mas a estimativa pessoal de Antonioni é que existam pelo menos 40 empresas nesse estágio no Rio Grande do Sul.
Ao mesmo tempo em que busca as empresas, a Softsul procurará linhas de financiamento específicas, bem como fundos de capital de risco, private equity, angels e outros, através de entidades como a ABVCAP, a Anjos do Brasil e a Endeavor.
A entidade já teve pelo menos duas experiências anteriores em iniciativas orientadas a aumentar o porte de organizações gaúchas em um passado recente.
Uma delas foi a participação na fusão das gaúchas MI Informática, Abyz IT, SK Tecnologia e Latintec anunciada em julho de 2011, gerando a Teevo.
Embora uma das empresas [a Latintec] tenha abandonado posteriomente o novo negócio, a nova empresa ganhou fólego, atingindo um faturamento de 49,9 milhões em 2012, alta de 68% frente ao ano anterior.
Na metade de 2012, a Teevo comprou a operação de serviços de infraestrutura da Constat em Caxias.
Uma experiência menos bem sucedida foi a criação da Unacorp, uma joint venture focada em exportação de software integrada por Advanced IT, Kenta, Qualità e Softdesign que chegou a buscar negócios no exterior, mas teve atuação encerrada por decisão das empresas participantes.
Antonioni frisa que a ideia do novo programa não envolve esse tipo de associações, focando exclusivamente em fusões e aquisições.
Depois de dois anos de alta, o número de operações de fusão e aquisição no Brasil parece ter chegado ao pico.
No primeiro semestre de 2014, o Brasil teve um desempenho inferior ao período no ano passado na parte de fusões e aquisições, aponta a PricewaterhouseCoopers (PwC)
Segundo dados do levantamento, no país foram realizada 393 transações de fusões e aquisições no primeiro semestre, uma queda de 1,3% em relação às 398 operações feitas no mesmo período no ano passado.