SOFT LANDING

Tecnopuc recebe 1ª startup estrangeira

21 de maio de 2014 - 16:19
Marcelo Pias. Foto: Baguete.

Marcelo Pias. Foto: Baguete.

Dois anos depois de iniciar seu programa de soft landing para startups, o Parque Científico e Tecnológico da PUC-RS (Tecnopuc) recebe a primeira startup internacional a se abrigar no parque através da iniciativa.

Criada em 2012 no Reino Unido, a partir de um spin-out do Parque Tecnológico da Universidade de Cambridge, a GloboSense fabrica sistemas inteligentes de controle energético para empresas e residências, com sensores que medem e dão estatístcas dos gastos com luz.

A empresa chega ao parque da PUC através de um convênio com a UKTI, parceria que já levou para Londres a Pandorga, empresa do Tecnopuc graduada pela incubadora Raiar. A empresa gaúcha tem, desde o ano passado, um escritório na capital inglesa.

Outra empresa do parque da PUC que passa por um processo de internacionalização pelo programa de soft landing é a FK, empresa de biotecnologia que criou no Canadá a FKx, em busca de novos mercados e investimentos.

O acordo da GloboSense com a PUC foi firmado em abril e a companhia britânica já está em processo de instalação no Tecnopuc Viamão. A expectativa da companhia é de chegar, até o próximo ano, à marca de 20 pessoas em seu quadro de funcionários.

"A GloboSense já chega como empresa instalada no Tecnopuc, com área própria no campus em Viamão. No entanto, a universidade fornecerá apoio para a sua instalação, como facilidades de infraestrutura e auxílio na contratação de novos profissionais", completa Rafael Prikladnicki, diretor do Tecnopuc.

A empresa britânica tem o brasileiro Marcelo Pias como CEO. Natural de Rio Grande, ele criou a GloboSense dentro da Universidade de Cambrige, onde era pesquisador. Especializado na área de sensores wireless, o gaúcho foi um dos líderes do projeto CSK Energy, que levou tecnologias de economia energética a prédios governamentais.

"O projeto CSK Energy conduziu testes bem-sucedidos de monitoramento de energia em prédios públicos e em residências, virando a matriz dos produtos que criamos na GloboSense", destaca Pias.

Com um faturamento de cerca de £ 1,1 milhão em 2013, a GloboSense estima atingir no Brasil, primeiro país de seu processo de internacionalização, uma receita de cerca de R$ 3 milhões até o próximo ano.

No entanto, para a entrada no Brasil, a companhia investirá este ano na venda de soluções de videomonitoramento para o consumidor final. A ideia é vender ao cliente final a facilidade do produto, que pode ser instalado rapidamente usando redes Wi-Fi.

"Começaremos com os kits de videomonitoramento plug and play para nos apresentarmos ao mercado. Ainda estamos ajustando nossos equipamentos de controle de energia para a infraestrutura brasileira e devemos lançá-los no ano que vem", diz o CEO.

No início, a GloboSense aposta em vender suas soluções via canal direto, usando o site da empresa para oferecer seus produtos. Segundo Pias, a opção pela venda direta ao consumidor é para reduzir custos do produto, que é importado.

"Vamos primeiro analisar o mercado e ver a aceitação da marca. O plano é contar com uma fabricação local destes equipamentos, o que nos permitirá contar com preços mais atrativos", analisa Pias.

No entanto, para o CEO, o mercado brasileiro tem potencial. Segundo ele, o conceito de smart grids e casas conectadas ainda está engatinhando, mas a pressão no bolso do consumidor pode favorecer as soluções da companhia.

"O Governo aprovou este ano um aumento de cerca de 30% nas contas de energia, e prevê mais reajustes no ano que vem. Acredito que este tipo de solução interessará o público", finaliza Pias.