GESTÃO OU CRISE?

Telefónica abre demissão voluntária

Prevendo 1,5 mil cortes de postos de trabalho somente no Rio de Janeiro e em São Paulo, a Telefõnica/Vivo abriu a demissão voluntária no Brasil.

Negociado com os Sindicatos de Telefônicos de São Paulo e Rio de Janeiro, o PDV inclui condições especiais de saída, como um celular novo. A empresa não especificou marca e modelo.

12 de março de 2012 - 17:37
Funcionários da Telefónica foram às ruas contra demissões no ano passado

Funcionários da Telefónica foram às ruas contra demissões no ano passado

Prevendo 1,5 mil cortes de postos de trabalho somente no Rio de Janeiro e em São Paulo, a Telefõnica/Vivo abriu a demissão voluntária no Brasil.

Negociado com os Sindicatos de Telefônicos de São Paulo e Rio de Janeiro, o PDV inclui condições especiais de saída, como um celular novo. A empresa não especificou marca e modelo.

As negociações também incluíram seis meses de plano de saúde, pagamento de indenização proporcional ao tempo de serviço e um celular, que não foi especificado.

Além disso, a operadora dará assistência especializada em recolocação no mercado.

Segundo a Telefônica, o enxugamento no quadro funcional vem para “adequar a estrutura à nova realidade gerada pela aquisição da Vivo em 2010”.

Conforme o site Computerworld, desde a fusão, a empresa tem promovido a integração das duas operações, mudando o foco da gestão da tecnologia utilizada (fixo ou móvel) para o tipo de cliente atendido (individual/residencial ou para empresas de todo o porte).

Recentemente, a Telefônica na Espanha, sede da empresa, teve que vir a público esclarecer especulações quanto a uma possível venda de ativos na Europa, atualmente sob os ventos da crise.

Analistas indicavam que a empresa poderia vender uma ou mais empresas nos cinco mercados europeus onde atua, além da Espanha, para reduzir sua dívida de € 57 bilhões (US$ 74,8 bilhões).

O grupo tem operações na Reino Unido, Irlanda, República Tcheca, Alemanha e Eslováquia, onde adota o nome de O2.

José Maria Alvarez-Pallete, presidente do Conselho de Administração e da Telefónica Europa, afirmou que apesar da retração econômica, o grupo não está procurando se desfazer de nenhuma de suas operações no continente para cortar sua dívida.

“Não somos vendedores”, afirmou em uma entrevista, após o lançamento do 'Think Big', um programa para auxiliar jovens e empresas iniciantes de tecnologia, em Londres.

“Tenho ouvido muito barulho na Irlanda: não somos vendedores e ponto final”, enfatizou o executivo.

No ano passado, a empresa anunciou que cortaria 20% de sua força de trabalho, o que provocou manifestações de funcionários da Espanha.

Crise ou gestão, os funcionários que quiserem deixar a empresa sob os termos do plano deverão se inscrever entre 12 ae14 março de 2012.

A empresa não informou o que fará caso o PDV não atinga os números desejados. Atualmente, o Grupo Telefônica tem 106 mil funcionários diretos, em empresas como Telefônica|Vivo, Atento, Terra e T-Gestiona.