
Iomani Engelmann, co-CEO e fundador da Pixeon; Paulo Felipe Martins, CEO da Vela Latam; Roberto da Cruz, co-CEO da Pixeon; Lucas Machado Coelho, vice-presidente de M&A da Vela Software
A Constellation fez o que pode ser um dos seus maiores negócios até agora no Brasil e comprou a Pixeon, uma das startups mais promissoras na área de saúde, ou healthtech.
Não foi revelado o valor da compra, fechada pela subsidiária Vela Latam. Essa é a 18ª aquisição do grupo canadense no mercado brasileiro, a segunda no mercado de saúde na América Latina.
A Pixeon tem sistemas de gestão hospitalar, plataformas de diagnóstico e ferramentas de engajamento do paciente para hospitais, clínicas e laboratórios.
A Pixeon foi fundada em 2003 em Florianópolis e hoje tem sede em São Caetano do Sul, em São Paulo, com um um faturamento anual de R$ 150 milhões e uma carteira de mais de três mil clientes de Brasil e América Latina.
A empresa é tratada há tempos com uma promessa e recebeu investimentos de diferentes fundos.
O movimento começou em 2012 ao se unir à Medical Systems pelas mãos da Intel Capital (que eventualmente vendeu a participação para a Oria, outro fundo importante).
No ano seguinte, recebeu o primeiro aporte da Riverwood, que somou ao todo R$ 50 milhões. Desde então, foram cinco aquisições incluindo também as plataformas MedicWare e DigitalMed.
A Pixeon é também dona do dona da Boa Consulta, de atendimento médico remoto, com 27,5 milhões de visitas anuais, 3 milhões de pacientes, 30 mil profissionais de saúde cadastrados e expectativa de aumentar a base de médicos em 20% neste ano.
Riverwood e Oria tinham 55% do negócio, com o restante nas mãos de fundadores, que estão vendendo as suas participações também, mas seguem no comando.
Neste ano, a Vela já comprou a Shift, que responde pelo processamento de mais de 20% dos exames no Brasil.
A Constellation compra empresas de software de nicho, visando ter ganho de escala concentrando atividades meio e promovendo vendas cruzadas.
Essa é a 18ª aquisição do grupo canadense no mercado brasileiro, no qual passou a operar em 2019.
Apesar da quantidade de compras, a Constellation mantém um perfil discreto no país.
A empresa nunca abre o investimento feito e algumas compras também não são divulgadas, o que torna difícil saber o valor real movimentado.
Antes da Pixeon, a compra mais chamativa foi a Contmatic, uma das maiores empresas brasileiras no nicho de software para escritórios contábeis, que a Constellation comprou em 2022.
A Contmatic é líder na sua área em São Paulo e uma das cinco maiores do país, com 100 mil usuários em 30 mil empresas e 450 colaboradores.
Mas tamanho a Constellation tem. Desde os anos 90, a companhia já fez mais de 700 aquisições pelo mundo e tem uma receita de US$ 4 bilhões anuais. O portfólio é avaliado em US$ 35 bilhões.