O Brasil negocia com Nicarágua, Guatemala e alguns países africanos, como Angola, para que adotem o padrão de televisão digital que desenvolveu com o Japão, segundo Flávio Lenz, assessor da Secretaria de telecomunicações.
Lenz, que participou nesta segunda-feira, dia 21, de um seminário sobre o tema em Quito, ressaltou que o sistema nipo-brasileiro ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial) "é o mais adequado para países em desenvolvimento".
Até agora adotaram o sistema ISDB-T Japão, Filipinas, Brasil, Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Paraguai, Bolívia e Uruguai, segundo Lenz.
O especialista esclareceu que os programas ou filmes produzidos para o sistema ISDB-T poderão ser exibidos em televisores que funcionem com o padrão europeu, por exemplo, mas não os programas interativos.
Além de oferecer maior qualidade de imagem e som e mais canais, a televisão digital inclui aplicações interativas que permitem que o espectador use um teclado para acessar conteúdos vinculados com o programa que assiste.
O Governo paraguaio realizou nesta segunda-feira a primeira transmissão experimental do sinal digital no país e pretende iniciar as emissões da televisão pública em maio.
Colômbia e Panamá, por outro lado, elegeram o padrão europeu (DVB-T), e México e Honduras o formato americano ATSC.
Com o seminário inaugurado nesta segunda-feira em Quito, e que se estenderá até terça-feira, o Equador começou essa colaboração, que consiste na capacitação e no contato entre universidades e empresas para o desenvolvimento de tecnologia e dos programas interativos.
O Equador pretende realizar o chamado "blecaute analógico", ou seja, o fim desse tipo de emissão, entre seis e dez anos, disse à Efe Byron Pabón, representante do Ministério de telecomunicações desse país.
"É muito importante não passar dessa data", ressaltou o engenheiro. Para receber o novo sinal será necessário um conversor ou televisor digital com o padrão ISDB-T.
Durante um período de transição se emitirá o sinal analógico ao mesmo tempo que o digital, até o dia do blecaute.
No Brasil esse momento ocorrerá em 2016, após uma transição de dez anos, mas no Equador esse período pode ser mais curto porque o volume de aparatos que precisarão ser renovados é muito menor, explicou Lenz.