ESTRATÉGIA

Planos tech da Magalu deram errado?

Gigante do varejo encara uma desvalorização brutal na bolsa de valores.

13 de fevereiro de 2025 - 12:30
Magalu, sem muitos motivos para sorrir.

Magalu, sem muitos motivos para sorrir.

Os planos da Magazine Luiza de se transformar em uma big tech brasileira parecem ter dado com os burros na água. 

Pelo menos, é o que aponta o valor de mercado da empresa, que caiu de R$ 177,5 bilhões na bolsa em 2020, o pico de entusiasmo dos investidores com a estratégia, para algo como R$ 6 bilhões hoje.

A estratégia “big tech” da Magalu começou a uma década atrás e levou a 21 aquisições, indo desde varejistas de e-commerce como Netshoes e KaBuM!, startups de tecnologia como a Stoq, e empresas de logística que hoje formam a Magalog.

A queda brutal no valor das ações tem que ver com a situação geral da bolsa e a mudanças nas condições de mercado como a taxa de juros, mas também a dúvidas sobre o valor da Magazine Luiza e a viabilidade de criar uma “Amazon brasileira”. 

“Hoje, nenhum gestor ou analista acredita que o Magalu vai atingir o tamanho que se imaginou que ele teria lá atrás. Nem ser tão inovador como prometeu. Na visão de quem acompanha o setor, é muito difícil para uma empresa que nasceu no ambiente físico ser tão competitiva como os nativos digitais, a exemplo de Mercado Livre e Amazon”, resume o site Investnews

Para fazer a virada digital, o Magalu fez 21 aquisições nos últimos dez anos: varejistas de e-commerce como Netshoes e KaBuM!, startups de tecnologia como a Stoq, e empresas de logística que hoje formam a Magalog.

Segundo os analistas ouvidos pelo Investnews, pesou na conta o custo logístico alto de uma operação digital, o aumento da competição e a dificuldade em integrar as empresas que foram compradas.

Ao mesmo tempo, concorrentes nativas digitais como Mercado Livre e Amazon não têm o peso das lojas físicas e aumentaram muito os investimentos no Brasil, com ações focadas em marketing e logística.

A Magalu tenta acalmar os investidores. Vanessa Rossini, diretora de relação com investidores do Magalu, disse que a empresa “mantém firme sua estratégia” e no momento está em um “segundo grande ciclo estratégico”: depois das aquisições em série até 2021, o momento é de organizar todas as unidades de negócio. 

Entre as iniciativas, está aumentar as margens e avançar no desenho da estrutura em algumas frentes: marketplace, logística (com o Magalog), pagamentos (com o MagaluPay), publicidade digital (com o MagaluAds) e tecnologia com o Luiza Labs e o Magalu Cloud. 

O cenário mais provável na visão do Investnews, é que o Magalu se consolide como uma empresa menor, focada no público de baixa renda e apostando na atual estratégia de redução de custos e melhoria operacional.