
Conforme a Serasa Experian, cerca de 70,5 milhões de brasileiros têm hoje o nome restrito. Foto: Depositphotos
A Recovery, uma das maiores empresas do setor de cobrança, acaba de lançar uma plataforma baseada em Inteligência Artificial (IA) para realizar a negociação de dívidas de brasileiros.
O projeto contou com dois investimentos: um da Recovery e um da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), além do apoio da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Desenvolvida junto com o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA), ligado à UFG, a plataforma utiliza o "aprendizado por reforço" — mesma técnica utilizada para alavancar o ChatGPT.
"Usamos um método para reaproveitar os dados históricos e fazer com que o modelo não parta do zero, aprendendo apenas com as melhores decisões do passado e, depois de tomar decisões tão boas quanto o humano, ele fica livre para aprender”, explica Renato Avelar, CFO e diretor de dados da Recovery.
Conforme a empresa, o objetivo da solução é oferecer descontos de forma personalizada para os clientes, usando IA para chegar em um valor que os inadimplentes consigam pagar as dívidas.
Até o momento, mais de 6 milhões de pessoas já foram impactadas pela plataforma.
Conforme a Serasa Experian, cerca de 70,5 milhões de brasileiros têm hoje o nome restrito, com pessoas entre 26 e 40 anos representando 35,2% do total. Em média, cada inadimplente deve R$ 4.612,30.
Fundada em 1998, a Recovery é uma empresa do Grupo Itaú e é uma das líderes do mercado de cobrança, com mais de 35 milhões de clientes em sua base, mais de R$ 147 bilhões de carteiras inadimplentes sob gestão e cerca de 340 funcionários.
Lançado em 2019, o Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás possui contratos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) com 45 empresas privadas e quatro órgãos públicos, gerindo cerca de R$ 60 milhões em projetos de inovação.
Já a Embrapii é uma organização social com contrato de gestão com os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Educação (MEC), Saúde (MS) e Economia (ME). Sua rede conta com 76 institutos de tecnologia com infraestrutura e pesquisadores.
Em dez anos, a instituição apoiou 2 mil projetos, totalizando R$ 2,83 bilhões em investimentos. Mais de 600 desses projetos são voltados à tecnologia e 462 dessas empresas foram beneficiadas com investimentos de mais de R$ 886 milhões.