
Thiago Ghilardi. Foto: divulgação.
De olho no mercado de testes de software, a startup catarinense Testaisso aposta em um modelo diferente para conquistar o mercado. Pelo serviço, empresas podem contratar clientes ocultos para testar sites e apps de e-commerce.
Fundada pelo empresário Tiago Ghilardi, a Testaisso paga R$ 20 por usuário oculto, que usam aplicações ou sites de compra como um internauta comum, simulando uma compra online.
A empresa, que oferece também serviços de teste remoto de usabilidade, iniciou em setembro o serviço de clientes ocultos. No total, a companhia já conta com cerca de 230 clientes, 15% deles do segmento de e-commerce.
Segundo Ghilardi, o plano do novo serviço é oferecer avaliações qualitativas, com usuários treinados e muitas vezes entendidos dos produtos a serem observados em cada loja.
"O diferencial do Testaisso é que usamos pessoas que se encaixam no perfil do cliente. Uma loja de bicicletas pode contratar o Testaisso e testar com ciclistas que com certeza trarão insights que especialistas ou robôs nunca poderão trazer", destaca o empresário.
Conforme explica o sócio-fundador da companhia, uma empresa de testes normal recorre a processos manuais para encontrar o participante correto, remunera-lo, instrui-lo e depois há um processo para compilar os resultados visuais e por escrito.
"Isso acaba tomando muito tempo encarecendo o serviço. Com o Testaisso, essas tarefas são automatizadas possibilitando que qualquer empresa adote a prática de testes de software com usuários anônimos com valores mais acessíveis e respostas rápidas", afirma o executivo.
As falhas detectadas no site vão desde erros ortográficos até página indisponível na conclusão de pedidos de compras. De acordo com Ghilardi, os participantes são muitas vezes usuários comuns da web, uma maneira de conseguir avaliações mais objetivas e imparciais.
"Há maneiras de escolher perfis de usuários mais leigos, por exemplo selecionando profissões não técnicas. É possível fazer uma pergunta qualificatória para o participante, como 'você tem um iPhone' ou 'você trabalha em um hospital', assim possibilitando a filtragem do candidato que mais se encaixa no perfil do cliente", explica.
Quanto aos testadores, a empresa conta com 6 mil participantes, segmentados por idade, profissão, classe social, estado civil, gênero, interesses e região, dados que servem para a empresa definir os melhores perfis para diferentes sites a serem testados.
Além disso, os contratantes do serviço podem avaliar a qualidade dos resultados dos testes, observando se eles estão de acordo com o público-alvo. Além disso, a ferramenta tem mecanismos para evitar que os testadores do serviço fiquem "viciados".
"Temos novos participantes se cadastrando diariamente e como fazem testes variados (pesquisa, concorrência, e-commerce, sistema, marketing, protótipos), as chances de ter participantes que fazem muitos testes semelhantes são muito pequenas", destacou o diretor.