MARKETING

Startup quer digitalizar influencers

AI Squad tem por trás pioneiro da internet brasileira e a poderosa agência Mynd.

01 de março de 2024 - 12:41
Luisa Sonza, logo mais em versão 100% digital? Foto: Divulgação.

Luisa Sonza, logo mais em versão 100% digital? Foto: Divulgação.

Transformar Luisa Sonza, Preta Gil, Xamã, Mari Maria e outros dos artistas mais conhecidos do país em “humanos digitais” movidos por inteligência artificial, aproveitando as possibilidades ilimitadas de negócios geradas pelo “conteúdo audiovisual sintético”.

Futurista? Parece que sim. Distópico? Uma questão de opinião. Além de qualquer dúvida fica o fato de que esse é o plano de negócios da AI Squad, uma startup que tem nomes de peso por trás. 

A nova empresa já fechou um acordo com a agência de marketing de influência Mynd, tida como a mais relevante do nicho no Brasil, com um casting de mais de 450 nomes.

Juntos, os clientes da Mynd somam mais de 100 milhões de seguidores, e, através de ações orquestradas pela agência, emplacam com frequência o tema dominante da conversa nas redes sociais brasileiras.

Eduardo Pardell, o fundador da AI Squad, também tem credenciais fortes. Ele criou uma das primeiras, se não a primeira, empresa de Internet no Brasil: a Site Inc, ainda em 1994. 

Depois, Pardell criou a primeira plataforma de e-commerce do país, a Pulso Tecnologia, que esteve ativa entre 1998 e 2001, e esteve envolvido no lançamento do primeiro banking on-line do Bradesco. 

Nos últimos tempos, Pardell vinha tocando a AKA Stars, já atuando no nicho de criar conteúdos humanizados com o uso de IA.

A diferença da AI Squad é o modelo industrial, voltado para assinar em massa contratos com personalidades como influenciadores, atores, modelos ou apresentadores. Em nota, a AI Squad não revela se algum artista já assinou contrato. 

Só por meio do acordo com a Mynd, a meta é chegar a 300 personalidades até o final do ano, dentro de um grupo total de 1 mil. Em termos de receitas, isso deve significar algo como US$ 50 milhões em 2025.

“A AI Squad vai reter apenas uma taxa de interveniência, repassando o maior montante aos talentos, diretamente ou por meio de suas agências ou empresários. Quem define os preços dos cachês são as próprias personalidades, com a recomendação de cobrarem menos do que se tivessem que participar de sessões de gravações, para estimular marcas a produzirem muito mais conteúdo utilizando as vantagens da IA, incentivando o crescimento desse mercado”, pontua Pardell. 

O modelo é simples. Quando o avatar estiver pronto, qualquer marca pode contratar a personalidade diretamente pela AI Squad, mediante a aprovação prévia, e receber o conteúdo gerado por IA em poucos dias, ou até mesmo de um dia para o outro.   

Depois de criado e aprovado, o material pode ser publicado nas redes sociais dos próprios famosos, nas redes das marcas, websites, e-commerces, entre outros, tanto para fins institucionais quanto comerciais. 

Como prática de transparência, semelhante à indicação de publicidade nas redes sociais, a plataforma recomenda o uso da hashtag #IA e menção clara ao uso de inteligência artificial pelos responsáveis pela veiculação.

A ideia do negócio é que os custos de produção de conteúdos digitais se tornem em média um quarto menores do que o convencional, mas com maiores taxas de produtividade e prazos dez vezes mais rápidos.