O gato comeu o vale refeição no home office. Foto: https://www.flickr.com/photos/wjlonien
Muitas empresas estão estudando, e algumas já anunciaram, medidas de migração permanente para o home office depois da bem sucedida implementação emergencial em função da pandemia do coronavírus.
O cálculo por trás da decisão envolve a satisfação dos funcionários com uma forma de trabalho no qual a produtividade parece ser manter ou até aumentar, e também economia, principalmente com aluguéis de escritórios.
O presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ), José Fonseca Martins Junior, deu uma pista de onde pode vir ainda mais corte de custos: benefícios associados ao modelo tradicional de trabalho.
“Com o home office, não fará sentido pagar vale-alimentação e vale-transporte”, defendeu Martins, ao participar de debate promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico, nesta segunda-feira, 22.
Martins também deu a entender que a justiça trabalhista deve ser mais compreensiva, em um cenário de escalada do desemprego e ameaça da continuidade de operação de muitas empresas.
“O Poder Judiciário precisará de um equilíbrio na interpretação das normas à luz dessa nova realidade”, afirmou o desembargador.
O assunto corte de vales em correlação com medidas de home office já surgiu no mercado de TI, mas como uma forma de economia temporária e não uma decisão permanente.
A Linx cortou os vales refeição e alimentação dos seus funcionários que estão atuando em home office com salários acima de R$ 2090, como uma medida de redução de custos em função da pandemia do coronavírus.
A medida veio à tona por meio do sindicato gaúcho Sindppd-RS, que se negou a aprovar o corte, aprovado por sindicatos em outros estados do país.
De acordo com o Sindppd-RS, a Linx tem 500 funcionários no Rio Grande do Sul. Eles recebem R$ 484 de vale refeição, como parte da convenção coletiva, e outros R$ 130 de auxílio alimentação.