AOL já teve superpoderes.
Duas notícias sobre o ícone da Internet America OnLine: 1. a empresa ainda existe e 2. acaba de ser comprada por US$ 1,5 bilhão pela Bending Spoons, um fundo de investimentos italiano.
O valor é uma queda frente aos US$ 5 bilhões que a Apollo pagou para a Verizon pela AOL ainda em 2021, e um universo de distância dos US$ 182 bilhões movidos pela fusão entre a AOL e Time Warner no já quase pré-histórico ano de 2001.
O tipo de negócio que a Bending Spoons faz também é sintomático do momento atual da AOL.
Fundada em Milão em 2013 como uma desenvolvedora de apps mobile, a Bending Spoons é especializada em comprar empresas de tecnologia com algum potencial, mas desempenho ruim.
A empresa já comprou o serviço de envio de arquivos grandes WeTransfer, os serviços de hospedagem e streaming de vídeos Vimeo e Brightcove, a ferramenta para eventos online e híbridos Hopin, a plataforma para organizar encontros e eventos MeetUp e o aplicativo de anotações Evernote.
Os produtos adquiridos pela Bending Spoons passam por um processo de simplificação (do código à operação), de consolidação (do suporte às vendas) e de reinauguração (com novas features, novos preços, novas abordagens).
A AOL foi uma das pioneiras em internet discada, bate-papos, e-mails e portal de notícias online, podendo-se dizer que por um período, ela foi a Internet. A decadência começou nos anos 2000, quando empresas como Google e Yahoo (outra gigante hoje mais morta do que viva) redefiniram como as pessoas acessam a rede.
Não está claro o que a Bending Spoons acha que pode salvar disso tudo. O ativo mais óbvio são os emails: a AOL ainda está no top 10 mundial de provedores de correio eletrônico, com 8 milhões de usuários.
