Anúncios atraiam incautos com grandes descontos.
A Polícia Civil executou uma operação contra uma quadrilha de golpistas que operava sites falsos na Internet, incluindo do Grêmio, com uma peculiaridade: os criminosos tinham inclusive um gateway de pagamento próprio.
Um gateway de pagamento é um diferencial no nível de sofisticação do golpe, porque com ele é possível receber pagamentos por cartões crédito, boletos e carteiras digitais, além do Pix.
Foram presos dois articuladores do esquema, além do responsável pela empresa gateway de pagamentos, em uma ação com desdobramentos no Paraná e São Paulo.
A operação em questão iniciou investigando uma versão falsa da Grêmio Mania, o e-commerce do clube gaúcho, que foi divulgada em redes sociais usando inclusive deep fakes do zagueiro Geromel, uma das estrelas do time.
Somente em Porto Alegre, ao menos 10 vítimas procuraram a Polícia Civil, mas há outros registros no interior do estado.
O modus operandi de divulgar anúncios fake em redes sociais é comum. Os produtos eram ofertados por valor similar ao do site oficial, mas com descontos elevados, entre 65% e 70%.
O chamativo no caso é o gateway, que indica uma sofisticação crescente no mundo do crime, que já conta com seus próprios provedores de tecnologia.
“É algo que viemos observando nos últimos anos, o surgimento de gateways de pagamento que servem para fim de prática de crime. Tem crescido muito essa parte de logística, de pessoas que cometem crimes, que facilitam a prática dos golpes”, disse à Zero Hora o delegado Eibert Moreira Neto.
A gateway de pagamento ficou ativa por três meses, aplicando diversos modelos de golpes relacionados a e-commerce. Nesse período, segundo a polícia, calcula-se aproximadamente R$ 250 mil em prejuízos das diversas vítimas dos golpes aplicados.
