$$$

Google vai pra cima do setor hoteleiro

Gigante das buscas quer assumir um papel maior no concorrido segmento de reservas de hotéis e viagens.

10 de abril de 2014 - 10:02
Google de olho nos hotéis. Foto: divulgação.

Google de olho nos hotéis. Foto: divulgação.

O Google está crescendo o olho para cima do mercado de turismo, e tomando medidas agressivas para assumir um papel maior no concorrido segmento de reservas de hotéis e viagens.

Segundo aponta matéria do Valor, a empresa de Mountain View está adicionando mais fotos e avaliações nas suas listas de hotéis, se assemelhando a sites como o TripAdvisor, Expedia e Priceline. Além disso, a empresa está dando mais destaque para seus anúncios de preços de hotéis, publicando o valor das diárias diretamente.

Além disso, o Google fechou um acordo de licenciamento para usar o software para reservas de hotéis da startup Room 77 e aumentou o número de engenheiros da sua equipe que cuida do serviço de buscas de hotéis.

Outro serviço apresentado pela companhia neste segmento é o uso de serviços como o Google View e Google Wallet para clientes do setor hoteleiro. A rede Hilton já oferece o recurso de passeios virtuais para 78 de seus hotéis pelo mundo.

Já o Carlson Rezidor Hotel Group, proprietário da marca Radisson, também usa os passeios virtuais e deve implantar o Wallet para agilizar pagamentos e fornecer conexão direta ao seu programa de fidelidade.

Com isso, o plano é incentivar as pessoas a planejar mais viagens diretamente pelo Google, obrigando as agências de viagens e os operadores hoteleiros a pagar mais pelos cliques nos anúncios do Google ao longo do tempo.

Outro ponto importante desta manobra do Google é que isso incentiva um maior número de hotéis a anunciarem diretamente no Google, pulando os tradicionais intermediários - no caso as agências de viagens online - que cobram comissões de até 25%.

Segundo Erik Muñoz, diretor-executivo da empresa de software para reservas de hotéis SiteMinder, os anúncios de diárias no Google são uma virada de jogo para a empresa e para o mercado.

Ao mesmo tempo que mira um mercado extremamente rentável, que movimentou cerca de US$ 450 bilhões em 2013 somente nos EUA em 2013, a gigante das buscas pode se complicar com as agências de viagem online, empresas que investem pesado em publicidade via Google.

Por exemplo, o Priceline Group deve gastar mais de US$ 1,5 bilhão este ano em publicidade no motor de buscas e a Expedia, outro US$ 1 bilhão, segundo a RBC Capital Markets. Só esses dois clientes podem representar até 5% da receita publicitária do Google este ano, conforme aponta a consultoria.