
Agência do Itaú. Foto: Depositphotos.
O Itaú quer quintuplicar sua base de clientes para modelos digitais nos próximos três anos, dos atuais 15% para 75%.
O aumento deve ser apoiado na implementação de mais de 500 casos internos de uso de Inteligência Artificial Generativa (Gen AI).
“Construímos uma base tecnológica que nos permite evoluir continuamente rumo à hiperpersonalização do relacionamento com os nossos clientes”, disse o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, durante um evento para investidores.
Os planos do Itaú são música para os ouvidos dos investidores, que já estão empolgados com o grau de digitalização da operação do banco.
Em um relatório recente, a XP disse que o Itaú estaria a caminho de ter um grau de uso de tecnologia equivalente ao de uma fintech.
A análise, divulgada pelo Brazil Journal, afirma que o banco tem “investido pesado em tecnologia nos últimos anos”, o que coloca o Itaú “perto do ponto onde uma parcela significativa de seus processos estão prontos para serem digitalizados”.
Com a digitalização, o custo da operação do Itaú ficaria mais próximo das fintechs, o que melhoraria a rentabilidade para os acionistas.
De acordo com o XP, o Itaú poderia entregar um ROE de acima de 25%.
O ROE é um dos principais indicadores usados por analistas e investidores para medir a rentabilidade de bancos, dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido e multiplicando o resultado por 100.
O Itaú fica tradicionalmente acima de 20%, o que é um indicador muito bom para um banco tradicional (no segundo trimestre a cifra foi 23,3%). Mas o Nubank, fintech que se tornou o arqui-rival do Itaú, fica mais próxima de 30%.
A chave do assunto é o uso de tecnologia. O relatório da XP destaca que no final de 2024 cerca de 18% dos funcionários do Itaú eram de tecnologia, em comparação a 30% no Nubank.
Durante o evento com investidores, o Itaú frisou tem hoje 17 mil funcionários na área de tecnologia.
Um dos aspectos mais visíveis do investimento do Itaú em tecnologia é um mega contrato com a AWS, fechado ainda em 2020.
O Itaú vem investindo massivamente em IA generativa. Atualmente, o banco possui mais de 400 casos de uso da tecnologia e conta com mais de 450 profissionais dedicados ao seu desenvolvimento.
Em 2024, a instituição financeira lançou sua assistente virtual própria baseada em GenAI, a Inteligência Itaú, que permite operações como transferências via Pix.
No começo do ano, o Itaú tornou-se a primeira empresa latino-americana a fazer parte do Instituto de Inteligência Artificial Centrada no Humano da universidade de Stanford, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos.