
Tecnologia de reconhecimento de voz está em alta. Foto: Pexels.
A Microsoft fechou a compra da Nuance Communications, companhia líder no segmento de softwares que convertem voz em texto, por um total de US$ 19,7 bilhões.
É a segunda maior compra já feita pela Microsoft, só atrás do Linkedin, adquirido em 2016 por US$ 26,2 bilhões.
A Nuance tem uma presença importante na vertical de saúde, com 10 mil clientes e nomes de primeira linha como Johns Hopkins.
A Microsoft está de olho no nicho de saúde, para o qual lançou uma versão específica da sua nuvem no ano passado.
A Nuance tem 6 mil funcionários e está presente em 27 países, incluindo, de maneira discreta, o Brasil. O LinkedIn indica 34 funcionários no país.
A empresa é comandada na América do Sul há quase uma década por Marcelo Ribeiro Gomes, diretor de vendas para a região, respondendo direto para o VP para a América Latina.
A Nuance atua por meio de parceiros como Genesys, Avaya e Altitude, com Gomes atendendo outras 15 grandes contas diretamente.
O background do executivo é na área de contact center, tendo sido antes diretor de contas na Teleperformance e gerente na Contax.
Alguns analistas acharam que a Microsoft pagou demais. O valor da compra é 14 vezes o valor da receita esperada pela Nuance para 2021 e a empresa vem de alguns anos de estabilidade ou queda no faturamento.
Por outro lado, com a compra, a Microsoft ganha tecnologia de ponta, penetração na área médica e um reforço na disputa com o Google, que está avançando na área de reconhecimento de voz e AI.
A Nuance está no mercado desde os anos 90 e é forte em reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural e chatbots. A Microsoft tem tecnologias do tipo, como o Cortana, mas a verdade é que a assistente não emplacou.
Apesar do alto, a compra da Nuance é um reforço na estratégia tradicional da Microsoft de vender software e computação em nuvem para clientes rentáveis.
É chato, mas dá dinheiro. Nos últimos tempos, a Microsoft parecia mais disposta a se aventurar, especulando a compra do TikTok, do Pinterest ou Discord, empresas que não tem nada a ver com o seu público core.