
Nuvem Azure no centro da polêmica. Foto: Depositphotos.
Uma ação judicial coletiva nos Estados Unidos acusa a Microsoft de ter causado prejuízo aos consumidores inflando os preços do ChatGPT, a inteligência artificial da OpenAI.
Segundo a ação, iniciada em São Francisco nesta segunda-feira, 13, por consumidores ainda anônimos, o problema todo é que a OpenIA teria sido obrigada pela Microsoft a usar apenas a nuvem Azure.
A condição seria uma contrapartida pelo investimento bilionário da Microsoft na OpenAI, e teria encarecido o preço final do ChatGPT para os consumidores, enquanto a Microsoft desenvolvia suas próprias soluções concorrentes, como o Copilot.
Ao controlar o acesso da OpenAI à infraestrutura necessária para treinar e operar grandes modelos de linguagem, a Microsoft teria impedido a dona do ChatGPT de buscar alternativas mais baratas.
Embora as supostas restrições à OpenAI tenham sido atenuadas desde então, elas ainda permanecem como “uma espada de Dâmocles sobre a OpenAI, manejada por um de seus principais concorrentes”, afirma o processo.
Em comunicado, a Microsoft disse que, embora ainda estivesse avaliando a ação, “acreditamos que nossa parceria com a OpenAI promove a concorrência, a inovação e o desenvolvimento responsável de IA”.
A OpenAI, que não é nomeada como ré, não comentou. Os advogados dos 11 consumidores que entraram com a ação também não, o que dá uma certa dose de mistério para o assunto.
A Microsoft anunciou em 2019 que investiria US$ 1 bilhão na OpenAI, afirmando que havia firmado uma parceria de vários anos para desenvolver tecnologias de supercomputação de IA na plataforma de nuvem Azure da Microsoft.
Segundo o processo, os preços do ChatGPT foram substancialmente mais altos que os da concorrência durante uma guerra de preços no início deste ano.
As supostas restrições à OpenAI foram parcialmente levantadas em junho, quando a empresa começou a comprar poder de computação do Google, de acordo com a ação.
Os autores da ação buscam indenização por supostos sobrepreços desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, bem como uma ordem judicial para impedir que a Microsoft reimponha essas restrições.
O resultado da ação tem potencial para redefinir o mercado de inteligência artificial, influenciando como outras gigantes estruturam seus investimentos e parcerias em IA, talvez levando a acordos mais transparentes e menos restritivos.
Órgãos reguladores, como a Comissão Federal de Comércio (FTC) e o Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos, já investigam parcerias em IA, tentando evitar a concentração excessiva de poder nas mãos de grandes empresas.