SATÉLITES

Rival da Starlink, E-Space chega ao Brasil

Empresa pretende lançar 100 mil satélites, 8 mil no Brasil, mas atualmente tem apenas três em órbita.

27 de setembro de 2024 - 13:38
Foto: Depositphotos

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A E-Space, empresa franco-americana de comunicações via satélite, recebeu, em 9 de setembro, autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar no Brasil, com funcionários trabalhando em coworking na Avenida Paulista, em São Paulo.

A informação foi confirmada pelo site Poder360 a partir dos dados disponíveis na certidão de registro da Junta Comercial de SP e em uma breve visita à suposta sede da empresa.

Com a liberação em meio às disputas judiciais da rival Starlink e do X, do bilionário Elon Musk, com o Supremo Tribunal Federal (STF), a E-Space chega ao mercado brasileiro com a promessa de fornecer serviço de internet em dois anos e de ter uma rede com 8.640 satélites.

Hoje, a Starlink possui aproximadamente 6.290 satélites em operação na órbita terrestre, mas tem autorização no Brasil para usar, no máximo, 4.400. A E-Space supostamente teria o dobro de satélites em operação.

A Starlink é a maior provedora de internet via satélite no país, com 46% do mercado. A Hughes fica em segundo lugar, com 36%.

Segundo o fundador da E-Space, Greg Wyler, sua empresa pretende criar uma constelação de satélites, com planos de atingir mais de 100.000 em 10 anos. Atualmente, a empresa conta com três satélites em órbita.

Greg Wyler é um engenheiro e inventor americano que ganhou destaque ao passar quatro anos desenvolvendo telecomunicações em áreas rurais da África. Em 2003, ele foi responsável por conectar mais de 200 escolas à internet, com as primeiras conexões 3G e de fibra no continente africano.

Nesse período, ele firmou contratos em Ruanda, onde adquiriu uma empresa de telefonia local. Wyler chegou a afirmar que adquiriu licenças e frequências no país para o lançamento de 300.000 satélites.

Em 2007, fundou a O3b Networks, uma empresa de comunicação por satélite, e lançou 12 satélites em órbita baixa, a mesma tecnologia utilizada pela Starlink. Em 2016, vendeu sua empresa para a SES S.A., de Luxemburgo.

Em 2022, fundou a E-Space e anunciou um investimento de US$ 50 milhões do fundo Prime Movers Lab.

O mote da E-Space é projetar satélites comerciais menores e sustentáveis, que, ao atingirem o espaço, são comprimidos. A empresa informa também que seus equipamentos foram projetados para coletar detritos espaciais e sair de órbita automaticamente ao final de sua vida útil.

A E-Space pretende oferecer conexões para dispositivos IoT e redes personalizadas para empresas e governos.

"Nós projetamos a E-Space para democratizar o espaço, permitindo a coleta contínua de dados sobre nosso planeta, com informações em tempo real de sensores e dispositivos em todo o mundo, para combater as mudanças climáticas e atualizar nossas redes elétricas. Construímos a sustentabilidade em tudo o que fazemos", disse Wyler, fundador e presidente da E-Space.