VAREJO

Simpress entra no B2C com usados

Promessa é por equipamentos até 60% mais baratos que os novos.

21 de outubro de 2025 - 08:33
Vittorio Danesi, CEO da Simpress.

Vittorio Danesi, CEO da Simpress.

A Simpress, uma das maiores empresas de outsourcing de equipamentos de TI do país, acaba de abrir uma loja online voltada para o público consumidor final, o chamado “mercado B2C”. 

A loja disponibiliza notebooks, smartphones e impressoras “remanufaturados”, como se conhece no jargão os equipamentos usados que passaram por uma revisão técnica.  

São oferecidos notebooks, smartphones e impressoras de marcas como HP, Apple e Samsung, com valores 60% mais baixos do que os novos. 

“A Simpress Shop representa a evolução natural do nosso negócio — um modelo sustentável, inovador e com grande potencial de escala”, afirma Vittorio Danesi, CEO da Simpress.

Trocando em miúdos, uma loja voltada para o público final ajuda a Simpress a faturar algo em cima de equipamentos que já não consegue colocar nos seus contratos com empresas, e que precisariam ser descartados de alguma forma, com um custo. 

Num contrato típico de outsourcing, a responsabilidade por dar um jeito nesses equipamentos (o que se chama de “descomissionamento”) é responsabilidade do fornecedor.

A estrutura de “revitalização” dos equipamentos já existe, sendo a mesma usada para os contratos corporativos, no mercado B2B.

Recentemente, a Simpress investiu R$ 2,5 milhões para abrir um novo centro de serviços em Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo, dobrando sua capacidade de customização de equipamentos.

Com isso, a empresa liberou a sua estrutura original na cidade para fazer  apenas a revisão de equipamentos, com uma capacidade de 300 por dia, o que certamente foi uma preparação para lançar o e-commerce.

Somente em 2025, a empresa deve revitalizar mais de 30 mil equipamentos.

A expectativa com a Simpress Shop é finalizar o próximo ano com cerca de 50 mil dispositivos vendidos e uma previsão de faturamento próxima aos R$ 40 milhões (uma gota d’água em um faturamento de R$ 2 bilhões esperado até 2026, mas, ainda assim, algum dinheiro). 

A empresa prevê um forte potencial de crescimento para multiplicar esse valor nos próximos anos, chegando a 200 mil aparelhos comercializados de forma online em dois ou três anos. 

Atualmente, a Simpress já possui mais de 760 mil dispositivos sob gestão. 

DEMOROU

Dá até para dizer que a Simpress demorou em montar uma operação B2C.

A Voke, uma concorrente menor no mesmo nicho, já tinha um e-commerce há alguns anos e agora está apostando até no varejo físico.

Recentemente, a empresa abriu numa tacada só cinco lojas em São Paulo. Todos os pontos são quiosques localizados em shopping centers voltados para público de classe B e C em São Paulo capital, ou municípios vizinhos.  

Eles vendem equipamentos seminovos da Samsung, Apple, Lenovo, Dell e HP, com preço 40% mais baixo do que um novo e com garantia de seis meses.

A Voke ainda não abriu seus números completos do ano passado, mas adianta que o negócio de revenda de equipamentos rendeu R$ 50,2 milhões, um crescimento de 51,35% em relação a 2023. 

Foram vendidos 77 mil equipamentos seminovos. A título de comparação, o faturamento total da Voke em 2023 foi de R$ 543 milhões, uma alta de 27% frente ao ano anterior.