
Samuel de Medeiros Queiroz, head de Tecnologia da Vagas.
A Vagas, um dos maiores sites de empregos do Brasil, está promovendo a migração do ambiente Google Cloud para o da nuvem da AWS, como parte de um projeto mais amplo de integração de diferentes algoritmos usados dentro da plataforma para recomendar oportunidades de trabalho.
O projeto está sendo apoiado pela e-Core, uma empresa gaúcha que atua em desenvolvimento de software, e pela Solvimm, companhia carioca focada em computação na nuvem.
Na parte de infraestrutura, a Vagas vai criar um repositório centralizado (data lake, no jargão de tecnologia) para armazenar todos os seus dados estruturados e não estruturados com as informações de candidatos, de vagas e empresas na plataforma da AWS.
Do lado de sistemas, está sendo feita uma evolução dos motores de recomendações (o software que faz o match entre vaga e candidato) que, até então, eram separados e com algoritmos não integrados e agora passarão a ser parte de um mecanismo unificado denominado Motor Único de Matching.
O projeto teve vários marcos: a ingestão de dados do Data Lake AWS e no Amazon OpenSearch Service; a arquitetura de processamentos de dados (o próprio data lake); processamento do score no OpenSearch com a criação de APIs (Interface de Programação de Aplicação) para processar os dados e os algoritmos; e diminuição de custos com infraestrutura otimizada.
Assim, o Motor Único contém duas APIs: uma delas para recomendar os profissionais para empresas e, a outra, empresas para os profissionais.
A API de recomendações às empresas está em uso desde outubro de 2022. Agora, as equipes de desenvolvimento estão finalizando a API para os candidatos, que entrará em produção no último trimestre de 2022.
"As APIs são extremamente importantes para o negócio da Vagas, pois aprimoramos a qualidade das informações fornecidas às empresas que pedem por profissionais e aos candidatos que buscam oportunidades nelas. Dessa forma, fazemos uma boa recomendação nas duas vias, e isto está bem alinhado com o core do nosso negócio”, explica Samuel de Medeiros Queiroz, head de Tecnologia da Vagas.
Queiroz foi contratado pela Vagas em maio de 2021 e é um profissional jovem, mas com uma carreira destacada no campo técnico.
Ainda como estudante, Queiroz participou de duas edições do Summer of Code, um concorrido programa do Google. Depois, passou em cargos na área de desenvolvimento na HPE, trabalhou por três anos na área de nuvem da Oi e fundou uma edtech, a Adalace.
A equipe da Vagas trabalha neste momento com apoio na migração para o Data Lake da AWS para a gestão de dados. Nesse repositório centralizado, a Vagas poderá realizar uma curadoria com segurança de todos os seus dados armazenados, tanto em sua forma original quanto preparados para análise.
A e-Core fechou a compra da Solvimm em abril, e o projeto na Vagas não deixa de ser uma comprovação da complementaridade da oferta das duas empresas.
Com oito anos de mercado, a Solvimm tem 45 funcionários e clientes chamativos como Bodytech e Wilson Sons.
Já a e-Core tem 23 anos de atuação e é uma empresa bem maior, pelo menos em termos de quantidade de funcionários, com cerca de 550 colaboradores.
Combinadas, as duas empresas contarão com 350 clientes ativos e devem faturar R$ 300 milhões em 2022, uma alta de 33% frente aos resultados da e-Core no ano passado. Até o final do ano, as empresas devem somar 750 funcionários juntas.
A Vagas conta com mais de 400 mil visitas diárias em seu site, movimenta mais de 5 milhões de candidaturas por mês por meio do Vagas.com, gerou além de 140 mil vagas em seu software de recrutamento e seleção em um ano e possui mais de 2 mil empresas clientes e mais de 23 milhões de profissionais cadastrados.