CONEXÕES

WiFi do Galo vai ter até naming rights

Rede de Internet sem fio do Atlético Mineiro é de ponta e deve virar fonte de receita.

20 de setembro de 2024 - 11:50
Leandro Evangelista, CIO da Arena MRV.

Leandro Evangelista, CIO da Arena MRV.

O Atlético Mineiro está em busca de um patrocinador para adquirir os naming rights do WiFi da Arena MRV, um movimento inédito que ressalta a importância da conectividade no novo estádio do clube.

Isso porque, ao contrário do nome de uma rede doméstica, o WiFi é acessado por milhares de torcedores por jogo, o que tornaria associado um nome com ele uma ação interessante de marketing. 

Outro argumento é que os torcedores brasileiros do Galo estão fazendo um uso acima da média da conectividade. 

Em um jogo do Atlético contra o São Paulo, a arena teve um pico de 28 mil acessos simultâneos, o que equivale a 60% do estádio conectado. A média mundial seria de 30%, segundo a Cisco, que é a fornecedora da infraestrutura de rede da Arena MRV.

A Arena do time mineiro tem 780 pontos de acesso à rede Wi-Fi 6 da Cisco, dentro do estádio e nos arredores, em um espaço superior a 128 mil m² e com capacidade para 50 mil pessoas conectadas simultaneamente, com velocidades de até 35 mbps para download e upload.

A estratégia da Arena MRV é aumentar o número de pessoas conectadas cada vez mais e gerar negócios por meio da monetização da rede Wi-Fi.

Os executivos do clube mineiro fizeram ações de benchmarking e buscaram experiências e informações com empresas mundo afora, como a Disney, times da NBA como o Golden State Warriors, além de times de futebol europeu.

O usuário do estádio, ao se conectar ao Wi-Fi, poderá realizar interações, downloads e uploads de vídeos em 4K, utilizar redes sociais e aprimorar a experiência com o aplicativo desenvolvido pelo Atlético Mineiro, o Super App, que, quando conectado ao Wi-Fi, possibilita compras nos bares, apresentação de ingressos nas catracas e uso do estacionamento.

A Cisco implementou uma solução denominada Cisco Spaces, que monitora o comportamento e as interações do usuário dentro do ambiente. 

A partir dos hábitos de navegação, como a frequência com que vai ao estádio, os lugares mais frequentados na arena e o quanto utiliza a rede, a plataforma monta um perfil desse usuário e passa a fornecer opções de engajamento para outros eventos realizados no local.

“Estamos muito satisfeitos com o resultado, e o público tem se impressionado com a altíssima qualidade da conexão, o que é raro nos estádios do Brasil. O Wi-Fi vai além de ser uma comodidade. Com ele, monetizamos vários momentos da jornada do torcedor, como, por exemplo, as máquinas de venda conectadas à rede sem fio. A conectividade é a base para toda a experiência do fã na Arena MRV”, declara Leandro Evangelista, CIO da Arena MRV.

A infraestrutura está preparada para 6 GHz, onde há conexões, mas em quantidade pequena devido ao número de celulares ou equipamentos comercializados nessa frequência.

O projeto incluiu a instalação de mais de 800 equipamentos. Entre as já citadas antenas, a infraestrutura conta com Catalyst, mais de 50 switches, firewalls e equipamentos de segurança, como o Cisco Identity Services Engine (ISE), que oferece controle sobre quais endpoints e usuários podem acessar a rede.

Com ataques e invasões constantes, conforme relatou Evangelista, a Cisco também implantou a solução Cisco Umbrella, uma plataforma de segurança na nuvem que protege dispositivos, usuários e dados contra ameaças da internet, e o Cisco Firepower, um firewall de última geração capaz de detectar ameaças.

A mesma tecnologia da Arena MRV é utilizada no Santiago Bernabéu, lendária casa do time espanhol Real Madrid, e também em estádios como Allianz Arena (FC Bayern Munich) e SoFi Stadium (Los Angeles).

Segundo Adilson Silva, Líder de Engenharia da Cisco América Latina, a empresa está em negociação com outras agremiações no Brasil para a implementação do mesmo projeto da Arena MRV, mas ele não pode revelar os nomes desses times.