Nilton Júnior, fundador e CEO da ZoomHolding.
A ZoomHolding, um grupo catarinense de empresas de tecnologia, quer construir um data center abastecido com energia limpa de R$ 500 milhões no Nordeste.
O primeiro passo nesse sentido foi a seleção na Nova Indústria Brasil (NIB), um programa da Finep orientado para buscar investimentos em inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável na região.
A próxima parte do processo é achar quem banque a iniciativa propriamente dita, com dinheiro que pode vir do BNDES, de bancos como BNB, Caixa e Banco do Brasil, ou de órgãos de fomento como a Sudene, CNE e a própria Finep.
O chamado Plano de Suporte Conjunto (PSC) deve servir para aproximar as empresas das linhas e instituições mais adequadas a cada proposta, o que inclui desde crédito subvencionado até dinheiro a fundo perdido.
“Este projeto representa muito mais do que a construção de um data center — é um passo decisivo para posicionar o Nordeste como polo de inovação sustentável”, afirma Rodrigo Santos, diretor de Inovação da ZoomHolding.
A ZoomHolding não chega a abrir características mais específicas do data center, como consumo de energia ou localização.
Apesar de parecer muito dinheiro, R$ 500 milhões bancam um data center de porte médio, com uma boa infraestrutura para colocation ou operação corporativa crítica, mas longe de grandes centros do tipo hyperscale, que já custam bilhões e bilhões de reais.
No que tange à localização, um bom palpite seria a região metropolitana de Fortaleza, pela proximidade com os cabos submarinos que conectam o Brasil à internet mundial.
A chamada pública de projetos para o Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB) selecionou 189 projetos que somam R$ 113 bilhões, quase 11 vezes superior à estimativa inicial de R$ 10 bilhões.
As 189 propostas selecionadas são oriundas dos nove estados da região e abrangem as cinco áreas estratégicas da chamada: transição energética com foco em armazenamento, 59 propostas; bioeconomia com foco em fármacos, 39 projetos; hidrogênio verde, 44 projetos; data center verde, 40 iniciativas; e setor automotivo, incluindo máquinas agrícolas, com 37 projetos.
Fundada em 2004 como Zoom Informática e Papelaria, empresa de artigos de tecnologia, a ZoomHolding vem expandindo sua atuação por meio de aquisições desde 2018. No ano passado, o faturamento bateu em R$ 520 milhões, um crescimento de 100%.
A lista de empresas da holding inclui a Prime8, uma distribuidora focada no mercado corporativo e telecomunicações; a Weal Brasil, marca especializada no desenvolvimento de produtos próprios de tecnologia (computação e networks); a BRITI, de desenvolvimento de software; e a Zoom Store, um e-commerce especializado em tecnologia.
