
Lúcia Brossard Iolovitch, uma das sócias do aplicativo.
Vender a comida que os restaurantes jogariam fora, oferecendo um grande desconto para o cliente final.
É a proposta do aplicativo Último Pedido, criado recentemente em Porto Alegre e já com 20 estabelecimentos cadastrados na capital gaúcha e a meta de chegar a 20 mil usuários no Rio Grande do Sul até o final de 2021.
O app, disponível para iOS e Android, teve um investimento relativamente baixo de R$ 75 mil, o que se explica pela simplicidade do modelo de negócio.
Os restaurantes comunicam no app as opções do dia (no caso, a comida que iria fora) e os usuários podem retirar o produto no local uma hora antes do fechamento, pagando a metade do preço com cartão de crédito por meio da plataforma.
“Apesar da cifra parecer generosa e até desafiadora para os empresários, é um negócio interessante para os restaurantes, confeitarias e afins, que vão ganhar com algo que iria ser descartado”, avalia Lúcia Brossard Iolovitch, uma das sócias do aplicativo.
Iolovitch é sócia do Mônica Guazzelli Advogadas, um escritório de advocacia tradicional de Porto Alegre, com especialização em direito de família e sucessões. O app tem outros sócios que preferem não aparecer.
Na sua divulgação, o Último Pedido enfatiza o “DNA da sustentabilidade” e o fato de que segundo dados do World Resources Institute (WRI) de 2018 o Brasil desperdiça anualmente cerca de 41 mil toneladas de alimentos.
Mensagens à parte, o app une a fome com a vontade de comer. Por um lado restaurantes enfrentando um momento difícil com as limitações sanitárias e apostando cada vez mais em entregas, e por outro clientes com o dinheiro curto.
"Não compreendemos os outros aplicativos como concorrentes, já que temos um conceito bastante diferente. Somos um complemento às opções tanto dos restaurantes quanto do público", afirma Iolovitch.
A dificuldade é escalar, uma vez que a oferta é limitada (os restaurantes se esforçam naturalmente para evitar o desperdício, porque é prejuízo) e é fácil para outros aplicativos disponibilizarem uma funcionalidade similar, caso o app decole para valer.