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O casamento entre a Amazon Web Services (AWS) e o Itaú Unibanco, que está fazendo uma das maiores migrações para a nuvem do país, vai de vento em popa e pode chegar a 70% da infraestrutura da instituição financeira em 2023.
Ricardo Guerra, CIO do banco, foi um dos principais nomes do AWS Summit, evento da americana que reuniu cerca de 18 mil pessoas em São Paulo entre os dias 3 e 4 de agosto, e deu mais detalhes sobre a jornada da companhia para a nuvem.
“Eu não tenho esse número final totalmente detalhado, mas a gente imagina que vai precisar, inevitavelmente, migrar 60% ou 70% do Itaú Unibanco para conseguir ter a experiência do cliente totalmente flexível, com a velocidade que imaginamos”, projetou Guerra.
O contrato com a AWS foi assinado ainda em 2020, depois de cerca de nove meses de namoro.
“A parceria em busca dos mesmos objetivos foi algo que, antes do casamento, a gente conversou muito. Vamos combinar onde a gente quer estar no longo prazo. Não adianta, se os interesses não são os mesmos, a parceria não dá certo para nenhum dos lados”, contou o CIO.
Em meados do ano seguinte, o banco revelou a estimativa de migrar 50% da sua infraestrutura para a nuvem até o final de 2022 — o que ainda está de pé.
Atualmente, quase 30% da plataforma do Itaú já está rodando em cloud. O Pix da instituição, por exemplo, já nasceu na AWS.
“Os 50% (até o final deste ano) devem significar cerca de 70 a 80% do valor total a ser capturado, tudo que eu preciso migrar para atingir o objetivo. Essa jornada vai entrar em 2023 com certeza, até o final do ano que vem vamos falar em migração para a nuvem”, adiantou Guerra.
Até agora, o banco já migrou boa parte das plataformas de conta corrente, cartões e investimentos, por exemplo. Algumas áreas já estão 60% na nuvem, outras 10%, mas todas as plataformas já começaram a jornada.
Isso acontece porque o processo é pensado em uma arquitetura de microsserviços, considerando a menor unidade de um serviço de negócio possível. A estratégia passa por identificar cerca de 4 mil serviços, cada um com uma base de dados específica, e migrá-los unitariamente.
O critério de priorização geralmente é migrar primeiro aqueles serviços que são mais importantes para o cliente, que geram mais valor.
“Já cometemos o erro, inúmeras vezes, de achar que você pode ficar construindo plataforma durante um ano. Aí você coloca no ar e aquilo que você fez seis meses atrás não funciona mais porque já mudou a regra do Banco Central ou o jeito que o produto funciona”, lembrou Guerra.