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Foto: Deposit Photos.
A SAP, gigante alemã de software de gestão de empresas, também entrou na onda de demissões em massa ao anunciar nesta quinta-feira, 26, um corte de cerca de 2,8 mil funcionários, número que corresponde a 2,5% da força de trabalho global da companhia.
O anúncio, que afetará o quadro total de 112 mil colaboradores da alemã, foi feito através do relatório de resultados do quarto trimestre de 2022 da empresa, seguido de uma conferência com jornalistas.
No documento, a SAP relata que irá “conduzir um programa de reestruturação focado em áreas selecionadas da companhia” a fim de “focar no crescimento estratégico, alinhando nossos modelos de operação e abordagem go-to-market com nossa transformação de nuvem acelerada”.
Na Alemanha, onde fica localizada sua matriz, a gigante detalhou que prevê cortar mais de 200 colaboradores.
A decisão deve mobilizar entre € 250 milhões e € 300 milhões ainda no primeiro trimestre de 2023, quando a empresa pretende “fortalecer seu núcleo principal e melhorar seu processo de eficiência geral”.
A expectativa é que os desligamentos reduzam os custos anuais da empresa em cerca de € 350 milhões em 2024.
Como parte da estratégia, a SAP anunciou que também planeja explorar a venda de sua participação de 71% na Qualtrics, estadunidense especializada em gestão de experiência, comprada em 2018 por US$ 8 bilhões.
Desde sua aquisição, a companhia mais do que triplicou sua receita, para US$ 1,5 bilhão.
“A SAP acredita que esta potencial transação poderia desbloquear um valor significativo para ambas as companhias e seus acionistas: para a SAP, para focar mais em seu núcleo de crescimento de nuvem e lucratividade; para a Qualtrics, para estender sua liderança na categoria XM, na qual foi pioneira”, diz o relatório.
No último trimestre do ano passado, a SAP obteve uma receita de € 8,5 bilhões, dos quais € 3,9 bilhões foram levantados pelo setor de software e € 3,4 bilhões pelos serviços de cloud, que registraram alta de 33%.
ONDA DE CORTES
O anúncio da SAP acontece em meio a uma onda contínua de demissões entre companhias de tecnologia no cenário global.
Nesta quarta-feira, 25, a IBM entrou para a longa lista de empresas de tecnologia que estão realizando cortes em massa em seus quadros de funcionários. A companhia anunciou que vai demitir 3,9 mil pessoas, cerca de 1,5% de sua força de trabalho global.
Na última semana, o Google demitiu 12 mil colaboradores apenas dois dias após a Microsoft anunciar que iria demitir cerca de 10 mil funcionários até o final de março, quase 5% de uma força de trabalho global de 221 mil pessoas.
Recentemente, Christopher Hohn, criador do fundo de cobertura TCI Management, dono de US$ 6 bilhões em ações do Google, fez um apelo a Sundar Pichai, CEO da big tech e da Alphabet, para que o executivo demita mais 30 mil funcionários, em um corte de mais 20% do quadro de colaboradores.
No início deste ano, a Salesforce anunciou que irá demitir 7 mil funcionários, algo próximo de 10% da sua equipe global.
Em novembro de 2022, a Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, demitiu mais de 11 mil funcionários — o maior corte da sua história, reduzindo seu quadro de trabalhadores em 13%.
No mesmo mês, o Twitter, então recém comprado por Elon Musk, começou a fazer desligamentos na companhia — que poderiam chegar a mais de 50% dos 7,5 mil colaboradores.
A Amazon também fez um corte de equipe que atingiu cerca de 10 mil pessoas, quase 3% de sua força de trabalho.