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Jeff Bezos - Foto rede social Lauren Sánchez
A Amazon, empresa do bilionário Jeff Bezos, lançou no Brasil, na última quinta-feira, 19, uma plataforma voltada para a sustentabilidade, mais precisamente para o crédito de carbono voluntário.
O projeto, que nasceu em 2022 e foi denominado Sabiá, começa a ser implantado no Pará, com o intuito de se expandir pelo país e pelo mundo. A iniciativa pretende fazer da companhia estadunidense uma referência como market maker no mercado de carbono.
Conforme noticiado pelo site Neofeed, a Amazon estruturou o programa em parceria com a startup Bovcontrol, responsável pelo desenvolvimento e gestão da plataforma, e com a Belterra, que cuida do treinamento, da consultoria ambiental, da assistência técnica e do acesso a insumos para os agricultores.
Além do investimento, a Amazon será responsável por garantir a validação, a verificação, a emissão e a compra dos créditos de carbono relativos ao programa.
Com um mercado totalmente promissor e em alta no Brasil, estima-se que o crédito de carbono movimente receitas de aproximadamente US$ 120 bilhões até 2030, somente em território nacional, segundo um estudo realizado pela Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil) e pela consultoria de sustentabilidade WayCarbon.
A Amazon pretende negociar de US$ 5 a US$ 30 por tonelada de carbono, tomando como base os valores praticados atualmente no mercado.
Considerado o pulmão do mundo por abrigar a Amazônia, o Brasil também tem potencial para ser o coração do mercado sustentável. O país pode suprir até 48,7% da demanda mundial do mercado voluntário e 28% da demanda do mercado regulado, de acordo com a ONU.
O crédito de carbono é um certificado que representa uma tonelada de CO₂ equivalente que deixou de ser emitida ou foi retirada da atmosfera a partir de um projeto de carbono.
Quando uma empresa, governo ou organização emite uma quantidade de gases de efeito estufa (GEE), como o CO₂, pode compensá-la investindo em um projeto de carbono que reduz os impactos.
Esses projetos incluem reflorestamento, manejo florestal sustentável e reutilização de resíduos. A cada 1 tonelada de emissões de GEE evitadas, gera-se 1 crédito de carbono.
Esses créditos ficam disponíveis para venda no mercado de carbono voluntário. Empresas ou pessoas físicas que desejam compensar suas emissões de GEE e não atingiram suas metas podem comprá-los.
Para a ONU, atitudes e ações como essas tendem a incentivar a responsabilidade ambiental a médio prazo. A B3, por exemplo, anunciou que está desenvolvendo uma plataforma de registro de projetos geradores de crédito de carbono, já atenta à movimentação do mercado nessa prática.
No caso do projeto Sabiá, o objetivo é ter cerca de 3 mil fazendeiros e 20 mil hectares cadastrados até o final do ano, com a meta de capturar 10 gigatoneladas de dióxido de carbono até 2050, o equivalente às emissões de 2 milhões de carros em um ano.
Desde 2020, a Amazon passou a se envolver com temas ambientais. A empresa criou o The Climate Pledge Fund, um fundo de venture capital corporativo de US$ 2 bilhões para iniciativas de descarbonização, além de investimentos na Rivian, uma empresa de carros elétricos.
Com o Sabiá, além de lucrar no mercado, a Amazon pretende estimular o reflorestamento e a adoção do sistema de agroflorestas.