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Empresa continua em apuros em meio a pedido de recuperação judicial (Foto: Depositphotos)
A Americanas solicitou à Justiça que todos os prestadores de serviços públicos e essenciais, incluindo empresas de telecomunicações e provedores de internet, sejam impedidos de interromper os serviços em suas dependências por falta de pagamento.
Entre as operadoras, o grupo América Móvil (Claro, Embratel, HITSS e Telmex) é o credor mais atingido, com dívidas que chegam a R$ 25,6 milhões. Para a Telefônica/Vivo, o valor devido é de R$ 8,8 milhões. Já para a TIM, a varejista deve R$ 48 mil.
Segundo o Valor Econômico, a gigante do varejo também solicitou judicialmente que a Light e a Enel São Paulo, concessionárias de distribuição de energia, continuem prestando serviços de energia elétrica à companhia no período de recuperação judicial.
No texto protocolado, a Americanas cita que foi notificada pela Enel porque, diante do não pagamento das faturas anteriores ao pedido de recuperação judicial, os serviços de energia elétrica fornecidos aos estabelecimentos da marca Hortifruti seriam cessados a partir de 8 de fevereiro.
Já a Light enviou três avisos de corte ao grupo varejista.
Adicionalmente, a varejista pediu que a Justiça impeça seu despejo de imóveis alugados, também com base em créditos pendentes na recuperação solicitada.
A Americanas ainda requereu uma multa diária de R$ 100 mil caso os serviços sejam interrompidos
A NOVELA
O pedido de recuperação judicial da Americanas é consequência da tentativa mal sucedida de negociação com seus bancos credores, entre eles BTG Pactual, Bradesco, Safra e Banco do Brasil, conforme a CNN Brasil.
As instituições financeiras exigiram que Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, controladores da varejista, injetassem entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões para salvar o negócio.
Os empresários, entretanto, alegaram que só poderiam disponibilizar R$ 6 bilhões junto à conversão da dívida em ações por parte dos bancos. Ao longo de anos, os empréstimos foram usados pela empresa para financiar compras com fornecedores, sem colocar os custos das operações devidamente nos balanços.
O BTG Pactual chegou a acusar o trio de controladores da Americanas de má-fé na gestão da companhia e na relação com a instituição financeira.
De acordo com documentos fornecidos pela própria varejista à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os empresários venderam R$ 241 milhões em ações entre julho e outubro do ano passado.
Por meio do processo de recuperação, a gigante do varejo busca manter suas atividades, bem como os empregos dos funcionários, enquanto resolve suas pendências financeiras que envolvem credores, além de colaboradores e fornecedores.
No total, a soma das dívidas da varejista já chega a R$ 43 bilhões.