CPI pode aumentar os nervos do caso. Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a crise das Lojas Americanas nesta quarta-feira, 26.
Segundo o Poder360, a CPI terá 27 integrantes e suplentes, que ainda precisam ser indicados para que a comissão seja instalada.
A investigação acontece após a varejista realizar um pedido de recuperação judicial para renegociar uma dívida que chega a R$ 43 bilhões, logo após divulgar “inconsistências contábeis” no seu balanço no valor de R$ 20 bilhões.
Na área de TI, a Americanas tem uma dívida ao redor de R$ 26 milhões com fornecedores de software empresarial, computação em nuvem e data center, com a SAP puxando a fila com um papagaio de R$ 8,49 milhões.
Ainda que seja difícil que a CPI chegue a uma conclusão sobre o que aconteceu na Lojas Americanas, isso não quer dizer que ela não tenha efeitos.
Talvez o principal seja os danos de imagem para as empresas envolvidas, resultantes do contato entre altos executivos e políticos querendo aparecer para as câmeras em Brasília, uma combinação imprevisível.
No final de março, o Senado fez uma audiência pública sobre o caso Americanas.
A PWC, empresa de auditoria responsável pelos balanços da Americanas, optou por não ir, assim como o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, e ex-diretores afastados recentemente da empresa.
Ao contrário de uma audiência pública, uma CPI tem o poder de convocar depoentes.
CHUVA DE COMISSÕES
Talvez a maior esperança de minimizar os danos dos envolvidos esteja no fato de que existe uma chuva de CPIs em Brasília no momento.
Lira também criou outras duas CPIs na quarta-feira, uma para investigar a manipulação de jogos de futebol por causa de apostas esportivas e outra para atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A CPI das Apostas Esportivas foi criada a partir da investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que deflagrou uma operação de manipulação de resultados nos jogos da Série B do Campeonato Brasileiro.
Já a CPI do MST tem como objetivo investigar invasões de terras em áreas do sul da Bahia, Goiás e outros locais.
A Comissão de apostas esportivas terá 34 integrantes e suplentes. Já a do MST terá 27, mesmo número que a da Americanas.
Ainda está em debate uma outra CPI, que provavelmente receberá mais atenção do que essas três juntas, sobre a invasão do Congresso Nacional em janeiro.
Mariana Murara
Jornalista no Baguete Diário