LAS VEGAS

AWS: 60% dos negócios no Brasil são através de parceiros

Segundo a empresa, a relevância do ecossistema tende a crescer na era dos agentes autônomos.

04 de dezembro de 2025 - 23:03
Matt Garman, CEO da AWS, e Ruba Borno, VP de especialistas globais e parceiros da AWS. Foto: divulgação.

Matt Garman, CEO da AWS, e Ruba Borno, VP de especialistas globais e parceiros da AWS. Foto: divulgação.

A Amazon Web Services (AWS) revelou que realiza mais de 60% dos seus negócios no Brasil através de parceiros e que, na era dos agentes autônomos, a relevância do ecossistema tende a crescer.

De acordo com Cléber Morais, diretor geral da AWS Brasil, os canais são uma força que no passado tinha um componente mais técnico e hoje tem um componente mais estratégico e de indústria.

“O parceiro sempre foi fundamental, mas ele juntar a sua expertise com a infraestrutura tecnológica da AWS para ajudar o cliente passou a ser uma questão de sobrevivência”, afirmou Morais durante o Re:Invent 2025, evento anual da companhia que reuniu 60 mil pessoas em Las Vegas entre os dias 1 e 4 de dezembro.

Fernanda Spinardi, líder de gestão de soluções para clientes AWS no Brasil, explicou que o ecossistema conta com parceiros revendedores de nuvem e outros que podem, além de ser revendedores, agregar serviços. 

Segundo a executiva, a necessidade de cada vez mais atuar com o segundo grupo cresce na era da genAI, pois o cenário vai exigir do parceiro um conhecimento mais profundo da indústria e do segmento de atuação daquele cliente. 

“O valor vai estar em compreender as dores, as necessidades do cliente final desse cliente e trazer uma solução. Quando isso acontece, a gente prevê que o parceiro vai ter uma curva de rentabilidade muito mais acelerada do que se ele simplesmente for um revendedor do serviço da AWS”, detalhou Spinardi. 

A estimativa é que, a cada dólar de AWS que o cliente consome, o parceiro faça US$ 7,13, pois ele aportou esse valor para o negócio do cliente. 

Além de construir a arquitetura do cliente na AWS, esses parceiros agregam serviços como a gestão daquela infraestrutura na nuvem e o desenvolvimento de aplicações, por exemplo.

“Quando chegamos nesse lugar onde a IA soluciona uma questão de negócio, o parceiro pode contribuir com um alto valor agregado, que é realmente construir a solução fim a fim, estabelecer junto com o cliente as métricas de negócio e aprimorar aquela solução de acordo com as métricas que foram definidas”, acrescentou Spinardi.

Com a IA agêntica, as pessoas devem usar cada vez mais a tecnologia precisando ter menos conhecimento técnico. Na medida que as soluções ficam mais acessíveis aos usuários das áreas de negócio, o número de interlocutores aumenta.

“Nesse contexto, o parceiro é fundamental porque a AWS sozinha não vai conseguir endereçar todas essas pessoas. O parceiro é quem vai entender em profundidade a área de negócio, vai se relacionar tanto com quem não entende nada de desenvolvimento quanto com o especialista e vai fazer um desenvolvimento que seja aplicável para aquela área de negócio. E a gente vai precisar dessa rede sólida de parceiros para alcançar todo mundo”, destacou Spinardi. 

Para Matt Garman, CEO da AWS, a era dos agentes é uma oportunidade incrível para os parceiros, pois agora, mais do que nunca, os clientes em comum precisam de orientação.

“A tecnologia nunca evoluiu tão rápido quanto agora e as companhias sabem que seus setores estão mudando. Elas estão buscando alguém que possa levá-las aonde elas precisam chegar. Os parceiros conhecem os negócios delas melhor do que ninguém e conhecem as tecnologias da AWS melhor do que ninguém. Combinar esses dois fatores é uma solução realmente poderosa para ajudar os clientes a obterem o valor da IA ​​que desejam”, afirmou Garman.

Só no Re:Invent 2025, o Brasil tem 26 parceiros presentes, sendo que 22 deles têm uma certificação de inteligência artificial. A empresa não abre o número total de parceiros no país.

Em termos globais, 82% dos parceiros da AWS estão entregando alguma forma de IA como parte de suas soluções e 64% deles estão utilizando ativamente o AWS Marketplace, um catálogo digital para busca, compra, implantação e gerenciamento de software, dados e serviços de terceiros.

No mercado há 19 anos, a AWS tem mais de 240 serviços a partir de 114 zonas de disponibilidade em 36 regiões geográficas. São Paulo, onde a empresa chegou em 2011,  foi a quinta região da companhia no mundo, sendo até hoje a maior da América Latina.

Até 2023, a multinacional investiu mais de US$ 3,8 bilhões para construir, conectar, operar e manter seus data centers no Brasil. Em setembro de 2024, a americana anunciou planos de investir mais US$ 1,8 bilhão até 2034.

Além disso, a AWS tem planos anunciados para 16 novas zonas de disponibilidade e mais cinco novas regiões no Chile, Nova Zelândia, Reino da Arábia Saudita, Taiwan e a Nuvem Soberana Europeia.

A companhia tem milhões de clientes no mundo, desde startups a grandes empresas e agências governamentais.

*Luana Rosales participou do AWS Re:Invent, em Las Vegas, a convite da AWS.