
Manoel Braz, diretor sênior de Vendas na Rimini Street.
A grande maioria dos clientes da Oracle não está com muita vontade de fazer um upgrade do seu sistema de banco de dados, permanecendo em versões antigas.
Pelo menos, é que mostra uma pesquisa patrocinada pela Rimini com 100 gerentes e líderes de aplicações Oracle, arquitetos e administradores de banco de dados, e gerentes sênior de TI baseados nos Estados Unidos.
Os clientes não são pequenos. Na média, eles executam 182 instâncias Oracle, como são chamadas no jargão de TI cada um dos bancos de dados separados que uma empresa administra.
Os resultados, que na visão da Rimini podem ser extrapolados com facilidade para o Brasil, mostram que 41% dos entrevistados estão usando a versão 19c do banco de dados, lançada em 2019, ou até mesmo anteriores, em 38% dos casos.
Sobra ao redor de 20% para a versão 21c lançada em agosto de 2021.
O problema (e a oportunidade, no caso de provedores de suporte terceirizados como a Rimini), é que o suporte normal para o 19c está programado para acabar agora em abril.
A partir do mês que vem, quem quiser seguir com 19c precisa aceitar um suporte com menos recursos, sem novas atualizações e correções de dados, alertas de segurança e atualizações críticas de patches ou novos scripts de atualização.
A Oracle não está sozinha nisso, trata-se de uma prática comum na indústria de software para fazer a clientela se mexer de uma versão para outra.
Só que parece que a fórmula mágica está encontrando dificuldades: 78% dos entrevistados estão satisfeitos com o sistema como está, sem incentivo para uma atualização, o que é agravado para um terço deles por customizações difíceis de migrar.
Dos pesquisados, 36% já pularam fora do ciclo de atualização, adotando gerenciamento terceirizado, dos quais a Rimini é um dos maiores fornecedores.
No caso do Brasil, o número de clientes em versões anteriores e com pouca vontade migrar provavelmente seria ainda maior, aponta Manoel Braz, diretor sênior de Vendas na Rimini Street.
Para ele, poucas inovações realmente agregam valor ao negócio do cliente desde a versão 12c do banco de dados da Oracle, lançada no já algo distante ano de 2013.
“O esforço e o investimento necessários para garantir a continuidade dos negócios, manter a compatibilidade das aplicações e realizar upgrades de versões são frequentemente motivados apenas pela necessidade de acompanhar as atualizações do Banco de Dados, sem trazer benefícios tangíveis ao negócio”, afirma Braz.