TRÂNSITO

CNHs falsificadas são vendidas por até R$ 200

Esquema envolve QR Code falso e aplicativo que pode roubar dados.

10 de janeiro de 2024 - 13:55
Caso o comprador seja descoberto, ele pode responder a um processo por estelionato. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Caso o comprador seja descoberto, ele pode responder a um processo por estelionato. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Golpistas estão oferecendo uma versão digital falsa da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por valores entre R$ 75 e R$ 200.

Na prática, a compra é feita por meio de mensagens no Telegram, onde os criminosos enviam modelos de documentos.

Conforme o site GZH, o Grupo de Investigação da RBS (GDI) entrou em contato com uma dessas pessoas, que enviou um vídeo mostrando como a CNH falsa funciona.

Assim como no documento verdadeiro, há um código para comprovar a autenticidade do documento. Quando ele é escaneado, direciona para um site de consultas de placas — o que pode ser uma armadilha para roubar dados do motorista. 

Por meio das mensagens, o “vendedor” afirmou que os dados da pessoa não aparecem no sistema do Detran, apenas no aplicativo falso.

O app citado não está disponível nas lojas oficiais — como App Store e Play Store — e deve ser baixado de um site e instalado manualmente pelo usuário.

"O grande problema de você baixar um aplicativo desses é de que todos os dados que você fornece ficam expostos, ficam vulneráveis pros criminosos. Você deixa o celular completamente vulnerável e todas as  operações que você  faz ali podem ser coletadas", alertou Ronaldo Prass, especialista em tecnologia, ao GZH.

A prática foi descoberta por policiais rodoviários federais na última semana, quando um motorista que dirigia na BR-116, no trecho da cidade gaúcha de Barra do Ribeiro, foi preso por possuir uma CNH digital falsa.

"Conseguimos verificar que a CNH era falsa, já que a habilitação verdadeira dele tinha vencido em 2005. Se não houver a checagem pelo QR Code ou através de algum sistema, a CNH falsa passa", explicou Felipe Barth, policial rodoviário federal.

Caso o comprador seja descoberto, ele comete infração gravíssima, com sete pontos na carteira e multa de R$ 293,47. Além disso, também pode responder a um processo por estelionato, com pena de até cinco anos de prisão.