
Data centers não dão conta do recado. Foto: Pexels.
O data center do Twitter em Sacramento, na Califórnia, parou de funcionar devido às altas temperaturas na cidade, na qual os termômetros bateram o recorde de 45 graus na semana passada.
A informação é de um memorando obtido pela CNN, na qual a VP de Engenharia do Twitter, Carrie Fernandez, diz que o calor resultou num “desligamento completo dos equipamentos” no dia 5 de setembro, um feriado nos Estados Unidos.
O data center de Sacramento é um dos três da empresa no país, juntamente com os de Atlanta e Portland.
O comunicado foi mandado dias depois da queda, no dia 9 de setembro, visando impedir mudanças no ambiente em produção, exceto aquelas focadas em necessidades operacionais urgentes.
Problemas como o sofrido pelo data center do Twitter estão se tornando mais comuns, na medida em que as temperaturas sobem em função da mudança climática, colocando as estruturas em condições que não estavam previstas na época da construção.
Em julho, por exemplo, uma onda de calor no Reino Unido derrubou serviços de nuvem do Google Cloud e da Oracle hospedados em data centers no país.
Os problemas se deram com uma temperatura de 40,3 graus, a primeira vez que o indicador passou de 40 na cidade na história.
No caso do Oracle Cloud Infrastructure, a decisão causou problemas nos serviços de redes, armazenamento e processamento de dados.
Já o Google informou clientes que alguns produtos estavam enfrentando problemas de latência ou disponibilidade.
O problema é sempre o mesmo: os sistemas de resfriamento não deram conta do trabalho e algumas máquinas precisaram ser desligadas para evitar danos mais sérios nos equipamentos.
Redimensionar a capacidade de resfriamento dos data centers não é um tema simples: a energia já é o principal custo de estruturas desse tipo, e, dentro dessa rubrica, 40% já vai para sistemas de refrigeração.
Alguns poucos graus já podem fazer uma grande diferença. Um estudo de 2020 do Uptime Institute, uma referência global no tema, aponta que um incremento de dois graus na temperatura do ar fora do data center já pode fazer alguns sistemas de resfriamento “ineficientes ou anti-econômicos”.