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Ninguém paga para usar o ChatGPT

Só 5% têm uma versão paga, o que hoje é 70% da receita recorrente da OpenAI.

16 de outubro de 2025 - 07:27
Usuário prefere guardar seu rico dinheirinho. Foto: Depositphotos.

Usuário prefere guardar seu rico dinheirinho. Foto: Depositphotos.

Dos quase 800 milhões de usuários do ChatGPT, apenas 5% pagam para usar a versão premium do produto.

É o que aponta um executivo sênior da empresa ouvido pelo Financial Times. Isso significa que só 40 milhões de pessoas assinam um plano pago, que pode ficar em US$ 20 ou US$ 200 por mês.

Empresas de consultoria já tinham chegado em números parecidos, comparando a receita anual de US$ 10 bilhões com a quantidade de usuários. 

O mais chamativo é que a quantidade de usuários pagantes nem chega a ser ruim, comparando com a média do mercado. 

A Menlo Ventures calcula que apenas 3% dos 1,8 bilhão de usuários de ferramentas de IA generativa no mundo pagam por algum serviço.

Para completar, o potencial de crescimento não é dos melhores, pelo menos agora mesmo: uma pesquisa da Abeerdeen para o ZDNET em maio apontou que só 8% dos usuários toparia pagar para usar IA.

O problema é que as assinaturas dos usuários são hoje 70% da receita recorrente da OpenAI, que está perdendo cerca de três vezes mais dinheiro do que ganha.

De acordo com um relatório publicado no mês passado pelo The Information, a OpenAI arrecadou US$ 4,3 bilhões em receita no primeiro semestre de 2025, mas registrou prejuízo líquido de US$ 13,5 bilhões no mesmo período.

Mais da metade dessa perda está relacionada à “reavaliação de direitos de participação conversível”, o que, segundo o The Information, se refere a bilhões de dólares em ações conversíveis emitidas para investidores.

O Financial Times informa que a OpenAI teve um prejuízo operacional de cerca de US$ 8 bilhões no primeiro semestre do ano, presumivelmente sem incluir essas obrigações com ações.

O jornal também diz que a OpenAI está atualmente registrando US$ 13 bilhões em receita anual recorrente, baseando-se numa projeção baseada em uma receita mensal superior a US$ 1 bilhão, que alguns analistas consideram duvidosa.