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Nubank, um game changer na telecom?

Relatório da XP aponta que o banco digital pode emplacar forte como MVNO.

21 de maio de 2024 - 07:48
Em breve, também uma operadora? Foto: Depositphotos.

Em breve, também uma operadora? Foto: Depositphotos.

O Nubank pode mudar as regras do mercado de telecomunicações no Brasil, chegando a ter 7% dos usuários de telefonia móvel do país em três anos.

A previsão faz parte de um relatório para lá de otimista do XP para investidores publicado pelo site Brazil Journal

A cifra projetada significa 11 milhões de clientes pré-pagos e 7,5 milhões de clientes pós-pagos.

Para quem não sabe, o Nubank obteve na semana passada a aprovação da Anatel para operar como uma operadora de rede móvel virtual (MVNO) usando a infraestrutura da Claro.

O Nubank não falou nada sobre o tema, mas já vazou na imprensa que a expectativa é que o serviço entre em operação no terceiro trimestre deste ano.

O modelo de MVNO é conhecido: uma empresa compra conectividade no atacado de uma grande operadora para revender para um público específico.

O primeiro empreendimento do tipo foi lançado no país em 2013 pela Porto Seguro, fechando as portas em 2018. Uma tacada parecida da Assembleia de Deus também deu (muito) errado, e, de maneira geral, nenhum MVNO se tornou perto de um player como o que a XP acha que o Nubank pode ser.

Porque então, a XP acredita que o Nubank vai dar tão certo? Porque, na visao do banco de investimentos, o banco digital não vai operar sob a lógica das outras MVNOs.

Para começar, o Nubank “parece ter conseguido fechar” um contrato de divisão de receitas com a Claro, no lugar de funcionar como um varejista de conectividade.

Outro ponto forte do Nubank é o baixo custo para conseguir novos clientes. Nas contas da XP, o banco digital já tem uma participação de 22% no mercado de recargas de planos pré-pagos.

Para o XP, a entrada do Nubank no mercado de telecom é “um cisne roxo”, uma alusão com a cor da empresa e a metáfora do “cisne negro”, usada ara descrever eventos raros e imprevisíveis que têm consequências massivas, em um mercado no qual no momento reina a acomodação.