
Foto: divulgação.
O Instituto Caldeira, hub de inovação localizado em Porto Alegre, estima um prejuízo de mais de R$ 400 milhões pelas empresas residentes do hub com a enchente que atingiu sua sede por 25 dias.
De acordo com o NeoFeed, a estimativa envolve danos em equipamentos e infraestrutura, além de perdas em vendas. No total, 69 companhias foram afetadas e apenas duas decidiram deixar o instituto.
As estimativas de custos com demandas de infraestrutura totalizam cerca de R$ 32,5 milhões. Em relação à necessidade de empréstimos, que até o momento foi estimada somente por algumas das companhias, o valor é de quase R$ 155 milhões.
Além disso, 71% das startups preveem queda nas vendas até o fim do ano, enquanto 65% esperam que haja queda na aquisição de novos clientes no período. Já as empresas que acreditam que vão enfrentar uma diminuição de rentabilidade até o fim de 2024 somam 67%.
Para ajudar na reconstrução do espaço, o Caldeira está em contato com diversas companhias da iniciativa privada para conseguir fundos. Aquelas que quiserem participar serão consideradas “cofundadoras beneméritas” ao lado das 42 fundadoras.
25 DIAS DEBAIXO D’ÁGUA
O Instituto Caldeira fica a poucos metros do Rio Jacuí, um dos que mais subiram de nível no Rio Grande do Sul em maio, chegando a mais de cinco metros.
No dia 6 de maio, uma comporta localizada a menos de 1 quilômetro do Instituto foi rompida pela força das águas, inundando rapidamente toda a região, inclusive o Aeroporto Salgado Filho. Fotos publicadas mostram o tamanho do estrago no hub.
Todas as programações e eventos do Instituto foram canceladas, com exceção do Geração Caldeira, iniciativa educacional gratuita com foco em inclusão com processo seletivo até 19 de julho.
O espaço reabriu no dia 10 de junho, liberando apenas o segundo e o terceiro andares. Ainda funcionando com geradores, o hub voltou a receber mais de 800 pessoas por dia. Antes da enchente, esse número atingia 1,8 mil colaboradores.
Para atender às empresas residentes do térreo, que foram diretamente afetadas, o hub abriu 300 novas posições de trabalho temporárias, além do acolhimento nos escritórios de companhias localizados nos demais andares.
O Instituto Caldeira foi inaugurado em 2021, em um projeto liderado pela nata empresarial gaúcha, representada por nomes como Jorge Gerdau Johannpeter, famílias Renner, Ling, Goldstein e Herrmann.
Atualmente, abriga mais de 130 companhias residentes e startups, além de instituições do poder público e universidades.
A lista de residentes conta com empresas tradicionais, como Renner, Sicredi, Panvel, Vulcabras Azaleia, Banrisul, RBS e Randon, e da nova economia, como Agi, 4all, Nelogica, Banco Topázio, SafeWeb, Zenvia, Meta e StartSe.
No total, o hub conta hoje com 22 mil m², que se dividem em 20 salas de reunião, quatro locais para eventos on-line e presenciais, mais de 120 postos para coworking, além da arquibancada principal e de setores de lazer.
O espaço também sedia programas de desenvolvimento de startups, eventos e o Campus Caldeira, dedicado a operações de ensino superior e profissionalizante. Só em 2023, o hub faturou R$ 25 milhões e reinveste toda sua receita na operação.