CPFL: três novos projetos de smartgrid

Com consultoria da IBM, a holding CPFL Energia está em fase de implantação de novos projetos de telemedição, mobilidade e operação.

As iniciativas fazem parte da estratégia de investimentos adotada como prioridade de negócio desde 2009, quando a CPFL passou a fazer parte da Global Intelligent Utility Network Coalition (GIUNC), coalizão global de redes inteligentes (SmartGrid) liderada pela IBM.

29 de junho de 2011 - 11:18
CPFL: três novos projetos de smartgrid

Com consultoria da IBM, a holding CPFL Energia está em fase de implantação de novos projetos de telemedição, mobilidade e operação.

As iniciativas fazem parte da estratégia de investimentos adotada como prioridade de negócio desde 2009, quando a CPFL passou a fazer parte da Global Intelligent Utility Network Coalition (GIUNC), coalizão global de redes inteligentes (SmartGrid) liderada pela IBM.

Atualmente, a coalizão representa 150 milhões de consumidores de energia em todo o mundo.

Com os novos projetos, a meta da holding é garantir a identificação mais rápida de fraudes, falhas e perdas de energia, aumentar a rapidez e automatização na conexão e desconexão de serviços e reduzir o número de ocorrências na rede, bem como o tempo médio de atendimento.

As novas ações também possibilitarão à empresa conhecer, em tempo real, o consumo e perfil de carga de seus consumidores.

O primeiro projeto é o de Telemedição do Grupo A, que inclui clientes industriais e comerciais da CPFL.

Serão implantados 25 mil medidores inteligentes até o final de 2012.

Já a IBM entra com consultoria para definir a infraestrutura necessária para executar a automação da medição, além de propor uma nova arquitetura de comunicação da rede operativa que atenda aos novos requerimentos demandados por redes elétricas inteligentes.

“Investir em SmartGrid é mais que uma tendência, é uma necessidade de mercado”, afirma o diretor de Engenharia e Gestão de Ativos da CPFL, Rubens Bruncek Ferreira.

Segundo ele, a IBM foi a parceira escolhida por contar com experiência em projetos deste porte em todo o mundo – são mais de 150 projetos-referências no portfólio da companhia.

“Cada medidor instalado, que estará conectado online, servirá como um sensor de rede para auxiliar o centro de operações a identificar eventuais falhas e ocorrências”, explica Bruncek. “Além disso, os técnicos poderão fazer manutenção preventiva remotamente, evitando desperdício de tempo e deslocamento”, complementa.

Ainda conforme o diretor, o projeto pode vir a ser implantado, no futuro, em clientes seletos do grupo B, como grandes condomínios.

A segunda ação da nova estratégia de smartgrid é a de mobilidade para otimização da equipe de campo.

Atualmente, a CPFL orienta essas equipes por rádio, o que demanda muito tempo e dificulta o controle sobre a localização de todas as equipes,afirma Bruncek.

“Muitas vezes, há uma equipe próxima ao problema e acabamos solicitando o deslocamento de outros profissionais. Agora, passaremos a enviar as informações para um palm top, incluindo mapas, fotos e instruções, e o sistema permitirá obter a localização exata das equipes”, detalha ele.

As novas informações, mais precisas, permitirão tomar decisões mais rapidamente, o que resultará em redução de tempo e custos, conforme o executivo.

Iniciado em 2010, o terceiro projeto de rede inteligente da CPFL é a “operação”, e trata da automação das chaves da rede de distribuição.

A ação prevê instalar chaves que, além de fazer suas funções rotineiras de proteção e religação, possuem um módulo de comunicação conectado ao centro de operação que permite ao operador, em casos de falhas na rede, identificar e isolar o trecho com problema e executar manobras de forma a restabelecer a energia mais rapidamente.

No ano passado, já foram instaladas 1 mil chaves. Este ano, outras 1 mil estão sendo instaladas nas empresas da holding, e, conforme Bruncek, assim seguirá ocorrendo sucessivamente até que se chegue a 5 mil chaves instaladas.

Posteriormente haverá também uma atualização do software, que permitirá que os isolamentos e as reconfigurações da rede sejam feitos pela solução de forma automática, sem necessidade de interferência e análise do operador.

“Adicionar inteligência digital ao modelo de negócios da CPFL é contribuir não só para sua eficiência operacional, mas principalmente para um planeta mais sustentável”, declara o diretor do segmento de Energia da IBM Brasil, Newton Tanaka.

Segundo ele, o conceito de smartgrid é fator-chave para os negócios da CPFL, inclusive no que tange novas formas de produzir energia.

Smartgrid no mundo
Tanaka explica que os projetos de redes inteligentes são comuns na Europa e Estados Unidos e nasceram a partir da preocupação em diminuir os gases de efeito estufa.

A meta mundial, segundo o executivo, é que até 2020 o mundo consiga reduzir o consumo de energia e aumentar as fontes de energias renováveis em 20%.

“Com soluções de redes inteligentes é possível obter eficiência operacional, evitar perdas e desperdícios, gerenciar o uso de energia nos momentos de pico e utilizar as horas de baixo consumo para carregar baterias de carros elétricos, por exemplo”, explica Tanaka.

Além disso, completa o diretor, há possibilidade de trabalhar com tarifas diferenciadas para incentivar redução do consumo de energia e a utilização de energias renováveis, como a eólica e a solar.

O mercado mundial de consumo de energia deve crescer 49% de 2007 até 2035, de acordo com o relatório International Energy Outlook 2010, que pode ser lido na íntegra pelo link relacionado abaixo.

Ainda conforme o mesmo documento, a demanda de energia deve aumentar em 84% nos mercados maduros (Organization for Economic Cooperation and Development - OECD) contra 14% nos países emergentes (não-OECD).

Todos pela smartgrid
Em 2007, a IBM formou uma coalizão de corporações do segmento de energia para acelerar a adoção de tecnologias e soluções de smartgrid globalmente.

“A Global Intelligent Utility Network Coalition busca mudar a forma como energia é gerada, distribuída e utilizada, adicionando inteligência digital aos sistemas para reduzir interrupções e falhas, gerenciar demanda e integrar fontes de energia renovável”, explica o comunicado da companhia sobre a rede.

Atualmente, além da IBM, fazem parte da GIUNC as empresas: Alliander (Países Baixos), CenterPoint Energy (USA), CPFL (Brasil), DONG Energy (Dinamarca), Essential Energy (antiga Country Energy, Austrália), Eletric Power Company (KEPCO, da Coréia do Sul), ERDF (França), North Delhi Power Limited (NDPL,da Índia), Oncor Pepco Holdings (USA), PEPCO Holdings (USA), Progress Energy (USA), Sempra Energy (USA), Tokyo Electric Power Company (TEPCO, Japão).