Dimitrius Oliveira é CEO da Atento

Dimitrius Oliveira, um executivo brasileiro, está assumindo o comando da Atento, uma das maiores empresas de contact center e terceirização de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês) do mundo.

Oliveira era diretor regional da América do Sul da Atento. A região é uma das mais importantes para a empresa, com só o Brasil representando metade do faturamento.

O novo CEO sucede o espanhol Carlos López-Abadía, que estava no cargo há três anos e continuará trabalhando na Atento como consultor.

“Acredito que estamos posicionados de maneira única para crescer nos mercados nearshore e latino-americano e continuaremos focados em gerar valor para os acionistas com melhorias operacionais”, afirma Oliveira.

Oliveira foi contratado pela Atento há quatro anos, vindo da Mutant, uma empresa de serviços de TI. O executivo é, no entanto, um velho conhecido da Atento, empresa pela qual passou três vezes nos últimos 20 anos.

Ele também foi diretor no Brasil da fornecedora de software para contact center Genesys, diretor na Contax, uma grande concorrente da Atento e diretor de vendas na Avaya, uma fabricante de equipamentos de telecomunicações com forte presença na indústria de call center.

Fundada em 1999, a Atento está listada na bolsa de Nova York e é avaliada em US$ 415 milhões. Com operações em 14 países e 150 mil funcionários, a companhia conta com mais de 400 clientes no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Espanha.

O Brasil representa cerca da metade do faturamento da Atento, que em 2020 faturou US$ 1,4 bilhão, baixa de 2,8% em comparação com o ano anterior. A empresa vem de um período de quedas de receita. Em 2014, o faturamento foi de US$ 2,2 bilhões.

ATAQUE NÃO ATRAPALHA

A promoção de Oliveira tem um aspecto interessante: ela mostra que grandes problemas na área de segurança da informação não chegam a prejudicar a carreira de altos executivos.

Isso porque durante o período da gestão de Oliveira na América do Sul, a operação brasileira da Atento foi alvo de um ataque cibernético no curso do qual dados "comerciais e financeiros" foram vazados na Internet.

Na ocasião, clientes como Vivo, Itaú Unibanco, Azul, Livelo, Unimed Rio e Porto Alegre, Burger King, Banco BMG, Cielo e Riot Games adotaram planos de contingência na área de atendimento.

O custo do ataque ficou em US$ 46,1 milhões para a Atento, um valor que inclui o gasto para remediar o incidente e também a perda de receita causada por ele. A multinacional não especificou se esse remédio inclui o pagamento de resgate.