
Marcos Peigo, CEO e cofundador da Scala. Foto: divulgação.
A Scala Data Centers, uma das maiores empresas do segmento no país, anunciou a emissão de debêntures verdes no valor de R$ 2 bilhões, com vencimento de cinco anos, para financiar parte do seu plano de expansão no Brasil e América Latina.
O banco Bradesco BBI foi o coordenador líder da emissão em conjunto com os coordenadores Itaú BBA, UBS BB, Banco Santander, Mitsubishi UFJ Financial Group e Deutsche Bank S.A Brasil.
Uma debênture é um título de dívida, de médio e longo prazo, pelo qual uma empresa pode captar recursos no mercado de diferentes investidores. No caso dos verdes, os recursos precisam ser utilizados em projetos ou ativos que tenham impacto socioambiental positivo.
No caso da Scala, o valor deve ser usado para implementar data centers com tecnologias que otimizam a eficiência energética.
Com o desenvolvimento, aquisição, manutenção e operação de instalações com energia renovável, além da comprovação de certificações de edifícios verdes, o resultado deve ser uma eficácia do uso de energia (PUE, na sigla em inglês) média anual inferior a 1,40.
Segundo a Scala, a operação é a maior já realizada no Brasil e a primeira do gênero do setor de data centers.
No processo, a companhia abriu uma solicitação de proposta (RFP, na sigla em inglês), que contou com a participação de mais de 15 bancos nacionais e internacionais, e obteve mais de R$ 4,5 bilhões de oferta.
“Quando observamos o momento econômico atual, a emissão representa a confiança de investidores e do mercado no nosso projeto de expansão, pautado por uma estratégia inovadora, de longo prazo e sustentável”, avalia Marcos Peigo, CEO e cofundador da Scala.
A Scala é oriunda da operação de data center do UOL Diveo, comprada pela DigitalBridge por algo entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões em 2020.
O foco é diferente do que o do UOL Diveo na época. A Scala concorre com players como Odata e Ascenty, que também investem pesado.
No lugar de construir estruturas para serem divididas entre diversos clientes, essas empresas fazem data centers para serem usados pelos grandes players de nuvem.
Todo mundo faz segredo sobre seus clientes, mas a lista não é grande: em primeira linha AWS, Google, Oracle e Microsoft, e, no segundo time IBM e as chinesas Tencent e Alibaba, que já operam no Brasil.
Hoje, 90% dos data centers são usados por esse tipo de organizações, e os 10% restantes ficam com 200 clientes oriundos da UOL Diveo.
Segundo o site NeoFeed, a Scala tem um plano de investimento de US$ 3,5 bilhões para a América Latina, prevendo a construção de nada menos do que 33 centros de dados na região.
Na estratégia de levar os data centers para o edge, o primeiro local escolhido pela empresa foi Rio de Janeiro, junto com com Porto Alegre. As duas infraestruturas estão sendo construídas ao mesmo tempo. Uma terceira deve ser construída em Fortaleza.