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Tristan Milker, representando a USC (Califórnia) e que viu seus espermatozóides saírem vitoriosos contra Asher Proeger, da UCLA (Califórnia) - Foto: Divulgação
A Spermracing, operadora de uma comunidade de “corridas de esperma”, levantou US$ 10 milhões em investimentos para a promoção de suas competições microscópicas.
Criada pelo jovem de 18 anos Eric Zhu, com passagens pela Universidade de Stanford, a startup nasceu com o objetivo de lançar luz sobre a diminuição da fertilidade masculina, segundo seu manifesto.
Seu evento funciona nos moldes do UFC. São dois competidores que se desafiam em um espetáculo com direito a coletivas de imprensa, pesagens, encaradas, provocações, mestres de cerimônias, shows de trap e um público ensandecido de jovens universitários acompanhando as “corridas” no telão.
As corridas dos “espermatozoides atletas” são transmitidas em um telão de alta definição, com direito a trilha sonora, estatísticas, tabelas de classificação, replays instantâneos e narração.
A competição ocorre em uma pista de corrida microscópica que imita o sistema reprodutivo, contendo sinais químicos, dinâmicas de fluidos e largadas sincronizadas. Um médico ou enfermeiro injeta os atletas na pista e, na contagem do mestre de cerimônia, a corrida começa.
Nesse momento, a plateia faz apostas em valores cada vez maiores, segundo Zhu, e torce como se estivesse em uma corrida de atletas profissionais nas Olimpíadas.
Os “atletas” são coletados de modo semelhante aos exames de espermograma e os competidores precisam atender a alguns requisitos, como manter um estilo de vida saudável.
Atualmente, a Spermracing está em turnê por faculdades americanas. As transmissões ao vivo e gravadas no YouTube já somam milhares de visualizações.
Já existem no mercado até produtos destinados a impulsionar os “meninos” — nome dado aos espermatozoides pela empresa de goma de mascar Sperm Worms.
O chiclete é um suplemento que, segundo a empresa, melhora a fertilidade masculina, aumenta a vitalidade e o desempenho sexual e torna os corredores mais rápidos.
O mercado de fertilidade masculina deve movimentar US$ 7,18 bilhões até 2034 e já está atraindo a atenção de investidores de capital de risco como a clínica virtual de fertilidade masculina Posterity Health, que fechou uma rodada série A de US$ 13 milhões.
Já a Legacy, especializada em congelamento de esperma, obteve financiamentos em torno de US$ 7,5 milhões. A Fellow Health, startup de análise de sêmen por correio, levantou uma série B de US$ 24 milhões.
Estudos indicam que, nos últimos 50 anos, houve uma queda de 52% na contagem de espermatozoides, causada principalmente pelo estilo de vida “destrutivo” que os homens vêm tendo.
Fatores como consumo de álcool, drogas, anabolizantes, alimentação à base de processados, uso de agrotóxicos, obesidade, estresse, fatores sociais e econômicos e até produtos de limpeza entram na lista dos ofensores.
Enquanto isso, Zhu quer chamar a atenção de atletas e celebridades para investirem nos competidores e construir um mercado em que os fãs possam escolher seus favoritos para ver quem cruza a linha de chegada primeiro.