
Luciano Santos da Silva, CIO da FAHZ (Foto: LinkedIn)
A Fundação Antônio e Helena Zerrenner (FAHZ), empresa ligada à Ambev voltada para beneficência sem fins lucrativos, adotou o StackSpot, plataforma multiagentes de inteligência artificial generativa da Zup, companhia de tecnologia do Itaú Unibanco, para automatizar a revisão de códigos de software internamente.
No passado, as revisões estavam concentradas em poucos desenvolvedores, o que criava gargalos e tornava o processo vulnerável à falta de padronização e a interpretações subjetivas.
A adoção da StackSpot foi conduzida em três fases: primeiro, houve testes técnicos em uma API interna, sem impacto no negócio.
Em seguida, um piloto controlado foi feito em uma API de menor uso, permitindo ajustes no fluxo e na integração com os pipelines.
Depois, a solução foi expandida para a API de cadastro e, por fim, para todos os repositórios da FAHZ.
A implementação foi acompanhada de treinamentos com os desenvolvedores e da criação de bases de conhecimento personalizadas e contextualizadas para gerar respostas mais precisas, relevantes e alinhadas com a realidade da empresa.
Com a implementação da IA, integrada ao Azure DevOps e contextualizada com os padrões internos da organização, a FAHZ conseguiu automatizar a análise de código, padronizar feedbacks e liberar o time para focar em entregas mais estratégicas.
Hoje, todos os pull requests passam por uma revisão inicial automatizada com a StackSpot, com apontamentos objetivos e alinhados aos padrões internos, antes da análise humana final.
Como resultado, a instituição elevou a cobertura de revisões de código de 11% para 94% dos pull requests, um salto de 736% em 3 meses.
O tempo médio de aprovação também caiu 39%, de 87 para 53 minutos, mesmo com análises mais robustas e padronizadas.
Segundo Luciano Santos da Silva, CIO da FAHZ, os resultados vão além das métricas técnicas.
“Conseguimos reduzir o tempo de aprovação sem abrir mão da qualidade. Estamos entregando software mais confiável e com menos retrabalho. A IA também tem ajudado na formação de talentos: os comentários explicativos aceleram o aprendizado de profissionais menos experientes e tornam os padrões da casa mais acessíveis para todas as pessoas desenvolvedoras. Hoje temos um processo mais ágil, seguro e escalável”, afirma.
Com os ganhos, a FAHZ planeja agora expandir as fontes de conhecimento da ferramenta com padrões avançados de arquitetura e segurança, estabelecer quality gates automáticos e evoluir suas métricas para acompanhar também a ocorrência de bugs na produção e a satisfação do time de tecnologia.
A fundação almeja criar um playbook interno com exemplos de boas práticas e fomentar comunidades para fortalecer a cultura de engenharia de software na organização.
Criada em 1936, a FAHZ tem como propósito oferecer assistência médica, hospitalar e odontológica aos empregados e administradores das empresas patrocinadoras, conforme previsto em seus estatutos.
Além da atuação em saúde, a Fundação desempenha um papel na educação, mantendo escolas próprias de Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, além de programas de bolsas de estudo para cursos técnicos, superiores e de pós-graduação, sempre de forma gratuita.
Com a fusão entre a Antarctica e a Brahma em 1999, a instituição tornou-se acionista controladora da Ambev.
Fundada em 2011 em Uberlândia, a Zup tem como principal produto a StackSpot AI, uma plataforma multiagentes para desenvolvimento de software. Em 2019, o Itaú adquiriu 100% da empresa em uma operação de mais de R$ 500 milhões.
Além de ter o grande banco como cliente, a Zup também atende nomes como Porto, Localiza e Vivo.