Por Alex Lara, sócio e diretor de operações e parcerias na Skopia Digital (Foto: Divulgação)
Escalar negócios virou o novo verbo do mercado de tecnologia. Mas, no ritmo em que surgem metodologias, automações e frameworks, um ponto essencial acaba ficando de fora: as pessoas. Nenhum processo funciona bem se quem o executa não estiver preparado, engajado e conectado a um propósito comum. Escalar não é apenas crescer, é sustentar o crescimento com consistência. E isso depende mais de gente do que de planilhas.
Ao longo da minha trajetória no setor de tecnologia, liderando operações no Brasil e em projetos internacionais, observei que crescer com eficiência sem perder a identidade é um desafio de cultura, não de processo. A expansão só é sólida quando o foco está nas pessoas e o verdadeiro motor da escalabilidade é o capital relacional, a confiança que abre portas, cria pontes e sustenta o avanço de qualquer organização.
Com o passar do tempo, ficou claro para mim que o fator humano não é um elemento abstrato, muito pelo contrário. Ele é mensurável, estratégico e determinante. Nos últimos dez anos, venho estudando de forma mais profunda o papel das relações humanas no desempenho e na expansão dos negócios. Descobri que o networking, quando tratado como ativo estratégico, se transforma em um dos principais motores do crescimento sustentável. Essa visão tem guiado minha atuação executiva e moldado a forma como enxergo liderança e escalabilidade.
A partir dessa perspectiva, a forma de olhar para as empresas também muda. O crescimento acontece na mesma velocidade da maturidade das pessoas que as compõem. De nada adianta investir em tecnologia e processos sofisticados se a cultura interna não sustenta a execução. É a cultura, e não o procedimento, que garante coerência, alinhamento e velocidade.
Dentro das organizações, cabe à liderança formar times que pensem de maneira mais consultiva e menos operacional. Equipes comerciais, por exemplo, precisam entender que vender é construir confiança, não apenas fechar contratos. O verdadeiro diferencial está em compreender o contexto do cliente, colaborar entre departamentos e agir com senso de dono. Essa lógica vale para qualquer área da empresa e exige clareza de propósito e uma cultura que valorize autonomia com responsabilidade.
Quando essa mentalidade se consolida, o capital relacional se torna o ativo mais valioso da companhia. Relações sólidas baseadas em confiança aceleram decisões, reduzem atritos e abrem novas oportunidades. No fim, o que faz uma empresa escalar é a rede de pessoas que acreditam e cooperam entre si, uma forma de inteligência de relacionamento que a tecnologia ainda não reproduz.
Nenhum negócio de tecnologia cresce de forma isolada. Parcerias estratégicas e ecossistemas colaborativos são essenciais para manter ritmo e relevância. Escalar com sustentabilidade é entender que crescer junto é melhor do que crescer sozinho. Quando as empresas enxergam as pessoas e as relações como o ativo central da operação, a inovação flui com naturalidade.
A tecnologia é o meio e os processos são ferramentas, mas nenhum deles entrega resultado sem direção. O que realmente sustenta o crescimento é a capacidade de liderar pessoas, alinhar cultura e transformar relacionamentos em resultado.
*Por Alex Lara, sócio e diretor de operações e parcerias na Skopia Digital. Formado em administração de empresas, com especialização em marketing internacional e formação técnica em processamento de dados, o executivo construiu sua trajetória em empresas como Algar e Prime Systems (Grupo Seculus). Foi também um dos fundadores e executivos da Ativas Data Center, o primeiro data center brasileiro certificado na categoria Tier 3, inaugurado em 2008 com investimentos do Grupo Asamar e da Cemig Telecom no valor de US$ 50 milhões.