PESQUISA

Brasileiro não vê educação se refletir na renda

Apesar da melhora na escolaridade, maioria da população recorreu a renda extra nos últimos 12 meses.

28 de agosto de 2025 - 15:17
Foto: Depositphotos

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A renda e as condições de moradia da população brasileira não têm tido melhoria proporcional ao nível de escolaridade dos cidadãos de 10 capitais do país, segundo aponta uma pesquisa divulgada pelo Instituto Cidades Sustentáveis.

Realizado em conjunto com o Ipsos-Ipec e a Fundação Grupo Volkswagen, o levantamento considerou uma amostra de 3,5 mil pessoas que residem há pelo menos dois meses nos grandes centros que fazem parte do estudo.

Considerando o período entre 2020 e julho de 2025, 40% dos entrevistados tiveram melhora no nível de escolaridade e 30% mantiveram. 

A percepção foi acima da média em Manaus e Belém, com 52% e 50% dos entrevistados indicando que houve melhora no nível de escolaridade individual.

Apesar disso, 56% do total dos participantes precisou recorrer a atividades extras nos últimos 12 meses para arcar com seus custos de vida. Entre elas, estão serviços como faxina, manutenção, reformas e jardinagem. 

Nesta categoria, Manaus (69%) e Belém (70%) demonstraram maior proporção de entrevistados que precisam recorrer à informalidade.

Outros 57% consideram que sua renda aumentou ou ficou estável em 2024. 

Em Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, seis em cada 10 participantes (61%) dizem que a renda aumentou ou ficou estável no período. 

Para 72%, a condição de moradia melhorou ou se manteve, enquanto 70% dizem que o nível de escolaridade melhorou ou ficou estável.

Mesmo com melhorias individuais, a maioria considera que a pobreza e a fome aumentaram no Brasil como um todo. 

Dois terços dos entrevistados relatam o aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza nos últimos 12 meses. Para quatro em cada 10, o aumento foi expressivo. O problema é significativamente maior no Norte e Nordeste.